Bispo avisa que nova Constituição prepara o caminho para um “califado islâmico”
08 jan, 2013
Casamento e trabalho menor, discriminação religiosa e sexual são apenas algumas das preocupações levantadas pela Igreja Católica no Egipto.
A nova constituição do Egipto, promulgada no dia 26 de Dezembro, prepara o caminho para um “califado islâmico”, acusa um bispo da Igreja Católica daquele país.
“Estávamos à espera de uma constituição que representasse todo o Egipto, mas em vez disso temos uma que apenas representa um sector. Está à vista que a orientação religiosa desta constituição prepara o caminho para um califado islâmico”, afirma o bispo copta-católico Kyrillos William, administrador do Patriarcado Copta Católico de Alexandria.
“Em todo o documento existem cláusulas que dizem que tudo deve ser de acordo com a lei islâmica”, criticou o bispo.
Entre os exemplos está a preocupação que a nova constituição legalize os casamentos de menores. O documento diz que as mulheres só podem casar quando atingirem a “maturidade sexual”, o que pode facilmente ser entendido como a puberdade, o que se pode dar tão cedo como os 12 ou 13 anos.
O trabalho de menores é outro assunto delicado, a constituição admite implicitamente a prática, afirmando apenas que os menores não devem ser expostos a trabalhos que sejam demasiado difíceis para eles.
O bispo teme ainda que as mulheres, incluindo as não muçulmanas, sejam obrigadas a cobrir as suas cabeças, de acordo com a lei islâmica. Ainda assim, o administrador patriarcal adverte que a situação será ainda pior para outras minorias religiosas como os “xiitas, baha’i e budistas que não são sequer reconhecidas na constituição”.
Os católicos são uma pequena minoria dos cristãos no Egipto. A maior parte dos cristãos pertencem à Igreja Copta Ortodoxa, que também já manifestou sérias reservas quanto a esta constituição.