Papa volta a denunciar várias formas de ataques à vida e à paz
07 jan, 2013 • Aura Miguel
Bento XVI condena o aborto, a eutanásia e as tentativas de redefinir “momento da concepção”.
O Papa volta a denunciar várias formas de ataques à vida e à paz, no encontro de Ano Novo com os membros do corpo diplomático acreditados junto da Santa Sé, que decorreu esta segunda-feira.
"A verdade, a justiça e a paz não são uma utopia, apesar das dificuldades e conflitos que nos rodeiam". O que gera a violência – disse o Papa aos diplomatas – é a ausência de Deus.
“E como o diálogo é decisivo para a paz, quando se esquece Deus, deixa de haver uma referência de verdade objectiva e usa-se a violência. Sem abertura ao transcendente, o homem torna-se prisioneiro do relativismo e é difícil comprometer-se pela paz e justiça”, afirmou.
A lista das preocupações é grande: os massacres e sofrimento na Síria – um conflito que se perdurar, não conhecerá vencedores, mas só derrotados; o conflito israelo-palestiniano e o futuro de Jerusalém; a situação no Iraque e no Líbano; as mudanças no Egipto e a necessidade de respeitar a pluralidade das religiões; as guerras sangrentas na República Democrática do Congo, na região do Corno de África, na Nigéria e no Mali.
Quanto à Europa, Bento XVI lamenta que países de tradição cristã tenham aprovado leis que despenalizem o aborto: uma “decisão gravemente contrária à lei moral”.
Preocupação também quanto à mais recente sentença do tribunal inter-americano dos Direitos do Homem sobre a fecundação “in vitro”, sentença que redefine de modo arbitrário o momento da concepção e, por isso, fragiliza os direitos e a defesa da vida pré-natal.
Sobretudo no Ocidente, os direitos humanos e respectivos deveres sofrem vários equívocos. Frequentemente confunde-se direitos com manifestações exacerbadas de autonomia da pessoa. Ora, a defesa dos direitos – recorda o Papa – não é satisfazer as suas carências, mas considerar o homem na sua integridade pessoal e comunitária.
A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 179 Estados e está presente em várias organizações internacionais, tendo o estatuto de Estado observador na ONU.