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Patriarca pede política "autêntica" de protecção à família

01 jan, 2013

D. José Policarpo recorda as palavras do Papa para falar no “capitalismo desregrado” que fomenta a criação de focos de conflito.

O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, deixa críticas às políticas sociais que têm sido implementadas e questiona quando haverá uma dedicada à protecção da família.

“Somos um país a lutar corajosamente para vencer um período difícil da nossa história. Mas olhemos corajosamente para o que está a acontecer às famílias: leis permissivas que não valorizam o aprofundamento dos seus valores constitutivos, leis fiscais que penalizam a família, a incapacidade de evitar que o drama do desemprego se abata sobre famílias inteiras, a diminuição da natalidade que põe em causa o futuro da comunidade humana que pretendemos salvar”, apontou durante a homilia da missa da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, na paróquia de Rio de Mouro, em Sintra.

“É caso para perguntar: para quando uma autêntica política de protecção à família?”, concluiu neste que é também o Dia Mundial da Paz.

D. José Policarpo recordou depois as palavras do Papa Bento XVI esta manhã, na missa a que presidiu no Vaticano, para afirmar: “É preciso denunciar com lucidez e coragem os erros sociais e políticos em sociedades que não dão prioridade ao bem comum”.

“O Papa afirma: ‘Causam apreensão os focos de tensão e conflito causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo predomínio de uma mentalidade egoísta e individualista, que se exprime inclusivamente por um capitalismo financeiro desregrado’”, sublinhou.

No domingo, o Cardeal Patriarca de Lisboa também lembrou as palavras de Bento XVI sobre a família e o casamento, afirmando que as famílias têm hoje maior dificuldade em acompanhar os filhos, o que não deve servir de desculpa para descurar essa tarefa, em que os pais são insubstituíveis.

No dia em que a Igreja assinalou o Dia da Sagrada Família, D. José Policarpo lembrou a importância do casamento, considerando-o “um caminho de coragem”.