Tempo
|

D. Manuel Clemente sublinha a fé dos cristãos perseguidos

25 dez, 2012

Na homilia da missa de Natal fica ainda o pedido aos fiéis que ajudem os seus próximos, colaborando assim com a acção de Deus na terra.

O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, evocou a perseguição de que os cristãos são alvo em muitos pontos do Mundo, para lembrar que, mesmo assim, vivem a fé de forma mais intensa que muitos europeus.

“Não esqueçamos que no ano que está a terminar o Cristianismo foi a religião mais perseguida, segundo o relatório da AIS, e nem por isso deixam de celebrar o Natal, como quem se reconforta na certeza que não está só, antes divinamente acompanhado.”

D. Manuel Clemente recordou uma experiência que viveu no recente sínodo dedicado ao Ano da Fé: “Recordo um bispo, do próximo oriente, que reagiu a um discurso algo desalentado de um colega europeu, exclamando ‘Com todas as dificuldades e privações de que sofremos, parece que estamos animicamente melhor que vós na Europa’”.

A crise financeira e social que o país atravessa não foi esquecida: “De ontem para hoje, em 2012, como estamos? Poucos dirão que estamos bem ou como gostaríamos de estar, em termos gerais, sociais, familiares e profissionais. Apesar de inegáveis esforços oficiais e particulares, as dificuldades atingem gravemente a sociedade portuguesa, e outras também”.

D. Manuel recorda que não lhe cabe receitar soluções políticas mas sim relevar outras dimensões: “É lugar e ocasião para lembrarmos o que uma consciência religiosa propriamente dita nos garante, que todo o problema humano tem um âmbito maior do que qualquer materialismo e só filialmente se resolve, abrindo-nos a um Deus que connosco fará imensamente mais do que pedimos ou imaginamos”.

O bispo do Porto deixou ainda uma recomendação aos fiéis, agirem em prol dos próximos, colaborando assim com a acção de Deus: “Neste mesmo dia e onde cada um esteja, olhai em redor, em casa ou na vizinhança, reparai em algo a fazer, alguém a ajudar, caso a resolver. Não deixeis acabar o dia de Natal sem ter feito algo nesse sentido, por pouco que seja. Amanhã mais um passo, e com a humanidade vossa que assim proporcionais o Verbo de Deus actuará e chegará onde quer chegar. Repetidamente vos surpreendereis com o seu acontecer em vós e, através de vós, em continuado Natal. Este dia é belo de mais para esperar outro ano.”