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Bispo de Viseu quer “ex-padres” ao serviço da formação

18 dez, 2012 • Liliana Carona

D. Ilídio Leandro quer envolver os homens que abandonaram o sacerdócio mas que têm formação teológica, bíblica e ética, a contribuir para a educação dos fiéis em geral.  

O Bispo de Viseu acredita que os padres que abandonaram o seu ministério, conhecidos informalmente como ex-padres, podem contribuir e muito para a renovação da diocese.

Este é um assunto para o qual D. Ilídio Leandro quer uma resposta no âmbito do sínodo diocesano que está a decorrer desde 2010 e termina em 2015.

“Fiz já três encontros com os padres que pediram dispensa do exercício do ministério e nesses encontros foi-se reflectindo sobre o que eles podem fazer na diocese, tendo em conta a formação que têm. Eu sugeri nessa altura o sínodo como um belo programa onde eles, formados em teologia, possam actuar”, explica.

D. Ilídio Leandro vai voltar a reunir com cerca de duas dezenas de padres que pediram dispensa do sacerdócio. O bispo vê na formação dos fiéis um caminho a seguir: “Uma conclusão que naturalmente vai ser tirada no sínodo e vai constituir o pós-sínodo é a aposta na formação. Eles têm toda uma base teológica, bíblica e ética e é isso que eu lhes vou pedir também”.

Ao serviço da formação, os padres dispensados podem desempenhar um papel importante na renovação da diocese, objectivo do sínodo que está a decorrer.

Segundo a doutrina da Igreja, a ordenação sacerdotal confere um carácter indelével num padre, ou seja, essa marca do sacerdócio não pode nunca ser apagada. Por essa razão um padre é sempre padre, mesmo que abandone o seu ministério.

O Vaticano concede por vezes dispensa aos padres que o pedem, reduzindo-os ao estatuto de leigos e permitindo que se casem. Esses padres laicizados estão impedidos de celebrar sacramentos salvo em casos de extrema urgência.