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Bombas matam 14 xiitas que festejavam o “ashura” no Iraque

27 nov, 2012

Conflitos entre sunitas e xiitas fazem parte de uma luta de poder regional entre os dois ramos do Islão que afecta também a Síria.

Bombas matam 14 xiitas que festejavam o “ashura” no Iraque
Cerimónia inclui rituais de autoflagelação
Três carros armadilhados rebentaram hoje na capital do Iraque, matando pelo menos 14 pessoas.

As vítimas são xiitas e participavam numa procissão que assinala os dias de “ashura”, um período de grande importância para aquele ramo do Islão, durante o qual se recorda a morte do neto de Maomé, e segundo os xiitas o seu legítimo sucessor, durante a batalha de Karbala.

Os xiitas devotos assinalam o dia com cenas de autoflagelação, demonstrando assim o seu pesar pela morte de Husain.

Hoje os xiitas iraquianos ficaram com mais razões para fazer luto, mas os ataques hoje registados não foram os primeiros desta época festiva. Na passada semana outros atentados fizeram mais de uma dezena de mortos no Paquistão.

Os atentados contra xiitas têm-se tornado comuns no Médio Oriente ao longo dos últimos anos e marcam o aprofundamento da rivalidade entre os dois principais ramos do Islão.

De um lado está o Islão Sunita, largamente maioritário e que tem como principais potências a Arábia Saudita mas também a Turquia, do outro lado o Islão Xiita que sendo minoritário é a religião oficial do Irão, uma importante potência regional. Os xiitas são maioritários no Iraque e os atentados como o de hoje entendem-se como parte de uma luta pelo poder entre as duas facções.

Também a guerra-civil da Síria deve ser lida nesta perspectiva. O regime de Assad é dominado por uma seita xiita e contestada pela maioria sunita da população. O Irão e o Iraque apoiam o Governo enquanto a Turquia e o resto do mundo árabe sunita apoiam os rebeldes.