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Processo de blasfémia arquivado, mas Rimsha continua em perigo

21 nov, 2012

Apesar de ninguém ter sido executado pelo crime de blasfémia, até ao momento, muitos dos acusados são assassinadas extrajudicialmente.

Processo de blasfémia arquivado, mas Rimsha continua em perigo
PAquistão, cristãos protestam lei da blasfémia
Um tribunal paquistanês mandou arquivar o processo contra a jovem Rimsha Masih, de 14 anos, que em Agosto foi acusada de blasfémia.

Rimsha, que é cristã e segundo os familiares tem um atraso mental, esteve detida numa prisão de alta segurança durante meses até ser libertada sob fiança e levada para um local seguro.

Entretanto o seu caso sofreu um volte-face quando o imã que a tinha acusado foi, por sua vez, acusado de ter fabricado o caso e de ter ele próprio rasgado folhas do Alcorão que depois colocou num saco da jovem.

Apesar de, mais tarde, as testemunhas contra o imã se terem retractado, o tribunal decidiu arquivar o caso contra Rimsha e prosseguir com o caso contra o clérigo muçulmano.

Apesar de esta boa notícia é muito pouco provável que Rimsha e a sua família possam regressar a casa, uma vez que estariam em grave perigo de serem assassinados. Há muitos muçulmanos que não acreditam na sua inocência e a família tem recebido ameaças de morte.

Os processos por blasfémia acarretam pena de morte ou de prisão perpétua no Paquistão. Apesar de ninguém ter sido executado por este crime, até ao momento, muitos dos acusados são assassinadas extrajudicialmente.

O Paquistão tem sido muito criticado pela lei da blasfémia uma vez que esta é frequentemente abusada e utilizada para vinganças pessoais, afectando sobretudo as minorias religiosas como os cristãos e os hindus.