Patriarca Ortodoxo da Bulgária morre aos 98 anos
06 nov, 2012 • Filipe d'Avillez
As últimas duas décadas foram complicadas para a Igreja Ortodoxa da Bulgária, com revelações de colaboracionismo por parte de altos membros da Igreja.
Morreu, esta madrugada, aos 98 anos, o Patriarca Maxim, líder da Igreja Ortodoxa da Bulgária.
O Patriarca búlgaro foi hospitalizado devido a uma insuficiência cardíaca, acaboando por morrer, pouco depois, cerca das 3h30.
Maxim nasceu numa aldeia nas montanhas búlgaras, em 1914. Tornou-se monge em 1941 e prosseguiu nos seus estudos, formando-se em Teologia.
Teve uma ascensão rápida na hierarquia ortodoxa da Bulgária durante o regime comunista e, por causa disso, ficou sempre marcado pelas suspeitas de colaboração com o regime, que perseguia duramente as igrejas cristãs.
Maxim foi eleito Patriarca em 1971, ainda em pleno comunismo. O fim do regime trouxe liberdade de culto e de acção para as igrejas, mas a religiosidade popular tinha sofrido muito com as perseguições, ao ponto de menos de 1% da população assistir às celebrações dominicais.
Durante as últimas duas décadas, a Igreja Ortodoxa foi abalada por sucessivas revelações de colaboracionismo por parte de bispos influentes, alguns dos quais estavam registados como informadores e agentes dos serviços secretos.
O resultado foi um cisma na Igreja, no início da década de 90 do século passado, com a formação de uma Igreja paralela, mas o Patriarca Maxim conseguiu garantir o controlo da maioria das paróquias no país.
Esta manhã, o presidente da Conferência Episcopal Católica da Bulgária enviou uma nota ao Sínodo Ortodoxo lamentando o falecimento de Maxim.