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Mensagem Final do Sínodo divulgada esta sexta-feira

25 out, 2012 • Ângela Roque

Trata-se de uma pequena síntese do que foi debatido em Roma. Exortação Pós-Sinodal deve surgir daqui a dois anos, explica a vaticanista Aura Miguel no debate das quartas-feiras na Renascença, onde também se falou sobre a missão da Santa Sé à Síria.

Mensagem Final do Sínodo divulgada esta sexta-feira
O Sínodo dos Bispos para a Nova Evangelização termina no sábado, mas a Mensagem Final vai ser divulgada já esta sexta-feira.

O documento resume as propostas pastorais apresentadas durante o encontro, antecedendo a Exortação Pós-Sinodal, que será depois elaborada pelo Papa.

“Demora sempre quase dois anos a fazer”, afirma a jornalista Aura Miguel no debate de quarta-feira à noite na Renascença.

A vaticanista explica porquê: “primeiro, os bispos todos podem falar, durante um tempo delimitado. Depois há trabalhos de grupo e há também um trabalho síntese do que se falou em propostas, que depois são votadas uma a uma por todos os bispos. O documento do que se votou é entregue ao Papa, que depois fará o que entender. Isto demora muito tempo e, para que saia qualquer coisa entretanto, sai esta mensagem”

Pedro Vaz Patto, que também participa no debate, admite que não será fácil ao Papa resumir as inúmeras propostas que foram apresentadas no Sínodo, e que demonstram a diversidade e riqueza da Igreja:

O bispo Auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás, o terceiro membro do painel do debate, lembra que tanto a Mensagem de amanhã como a Exortação, que o Papa vai depois elaborar, se destinam a toda a Igreja, cabendo a cada conferência episcopal adaptá-las à realidade de cada país.

O Sínodo dos Bispos realizou-se pela primeira vez em 1965, por iniciativa de Paulo VI. Este ano, participou um número recorde de bispos: 260, oriundos dos vários continentes.


Santa Sé mantém intenção de enviar delegação à Síria
A missão do Vaticano à Síria pode ser importante para mostrar que há uma alternativa à via militar, defenderam os participantes no debate de quarta-feira à noite.

O agravamento da violência na região obrigou, para já, a adiar a visita, mas a Santa Sé mantém a intenção de enviar uma delegação a Damasco, logo que seja possível.

Na opinião de Pedro Vaz Patto, esse objectivo faz todo o sentido, apesar dos riscos. Em seu entender, a via militar não é solução, até porque a situação na Síria não é tão simples como a comunicação social às vezes faz crer.

O conflito não opõe só os que estão contra ou a favor do regime, há diferenças políticas, culturais e religiosas que é preciso ter em conta, defende.

O bispo auxiliar de Lisboa, D. Nuno Brás, ressalva, por seu lado, a solidariedade manifestada para com os cristãos na Síria através daquela missão, pode ajudar as partes em conflito a perceberem que é possível terem uma mediação.

A delegação a enviar deve incluir diplomatas da Santa Sé e alguns dos participantes no Sínodo.

No debate religioso de ontem, falou-se também do Consistório que Bento XVI convocou para Novembro para criar seis novos cardeais.

Dias depois de o Papa ter canonizado sete novos santos, e de se ter assinalado a memória litúrgica de João Paulo II, os participantes no debate analisaram ainda a forma como os santos e beatos são vistos e tratados hoje, dentro e fora da Igreja, e a importância que têm, ou não, para crentes e não crentes.

[Notícia corrigida às 17h34]