Emissão Renascença | Ouvir Online

Ex-mordomo do Papa assume que agiu sozinho

02 out, 2012

Arguido falou em tribunal pela primeira vez e queixou-se de ter sido maltratado pelas forças de segurança do Vaticano.

Ex-mordomo do Papa assume que agiu sozinho
Paolo Gabriele, o ex-mordomo de Bento XVI que é acusado de furto agravado de bens privados do Papa e que, caso seja condenado, arrisca uma pena de quatro anos de cadeia, confessou esta terça-feira ter agido sem cúmplices directos mas influenciado por outros e pelo mal-estar generalizado no Vaticano.

Gabriele recusou a acusação de furto agravado mas disse considerar-se culpado de ter traído a confiança do Papa, durante a segunda sessão do seu julgamento, que teve lugar esta manhã no Vaticano, e na qual o arguido usou da palavra pela primeira vez.

Mas Paolo Gabriele também aproveitou este dia para passar ao ataque. O arguido diz que foi maltratado pela polícia do Vaticano, alegando que foi mantido fechado num quarto minúsculo que tinha luzes acesas 24 horas por dia durante quase três semanas. Estas condições terão, alega, afectado a sua visão.

O Vaticano contrapôs que a cela onde colocou o ex-mordomo é compatível com os requisitos internacionais. Em todo o caso, os três juízes ordenaram uma investigação à actuação das forças de segurança da Santa Sé.

Paolo Gabriele está detido desde Maio, acusado de ter furtado do gabinete do secretário do Papa várias cartas, despachos e mensagens secretas, algumas das quais destinadas ao próprio Bento XVI. Da acusação também consta o roubo de um cheque de 81 mil euros (100 mil dólares) dirigido ao Papa.