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Ajudas financeiras não chegam a quem precisa, dizem bispos europeus

27 set, 2012 • Aura Miguel

Presidentes das Conferências Episcopais da Europa estão reunidos até domingo para ouvir especialistas a falar da crise financeira, que é antes de mais antropológica, consideram.  

Ajudas financeiras não chegam a quem precisa, dizem bispos europeus
Preocupados com as dificuldades financeiras na Europa, bispos católicos chamam vários especialistas a St. Gallen, na Suíça.

Os presidentes das conferências episcopais estão reunidos desde esta quinta-feira e até domingo e mostram-se críticos quanto aos planos de assistência internacional que estão em marcha, considerando que a crise é mais de natureza antropológica que financeira.

O Cardeal húngaro Péter Erdo, presidente do Conselho, mostra-se bem consciente da situação e do desafio que representa para a Igreja, incluindo as limitações dos próprios bispos: “Temos a tarefa de reflectir moralmente sobre as situações e nem sequer somos economistas, por isso se temos por um lado o ensinamento do Evangelho e o mandamento da caridade, por outro, temos de conhecer os detalhes da crise.”

“Dito isto, gostaria de acrescentar que muitos na Europa não encaram estas acções de resgate como ajuda porque não são os trabalhadores nem os pensionistas dos países que recebem ajuda, por isso não estão melhor, estão pior. Do outro lado, também os países que disponibilizam o dinheiro também sofrem sacrifícios, por isso é sempre um peso para as populações, tanto dos países ricos como dos menos ricos”, conclui o cardeal.

Os trabalhos do Conselho Europeu de Conferências Episcopais continuam até domingo, com a presença de vários especialistas de áreas como a economia, direito constitucional e política internacional. Portugal está representado nesta reunião pelo Patriarca de Lisboa, actual presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.