Cazaquistão vai ter primeira catedral em honra de Virgem de Fátima

A primeira catedral do mundo em honra de Nossa Senhora de Fátima foi construída no Cazaquistão e vai ser consagrada no próximo domingo.

O projecto foi conduzido por Monsenhor Athanasius Schneider, bispo-auxiliar de Astana, a capital daquele país. E foi construída em Karaganda, o local que foi um campo de concentração.

Em entrevista à Renascença, o bispo do Cazaquistão sublinha a importância actual da mensagem de Fátima e espera que ajude a esquecer os erros do passado. “Construir uma catedral em honra da nossa senhora de Fátima num sítio que era dominado pelo regime ateísta-comunista e ainda mais num lugar como Karaganda - capital da rede de campos de concentração-, tem um grande significado espiritual para a Igreja desta região. E espero que também seja um lugar de oração, de memória e de expiação por estes crimes que foram feitos contra Deus”, explica.

Nestas declarações Monsenhor Athanasius Schneider recorda que de Fátima “irradia uma mensagem muito actual para toda humanidade e Igreja”, e deixa uma mensagem ao país: “Quero agradecer aos portugueses que acolheram, conservaram e difundiram pelo mundo. Mas, também, incentivar os portugueses a cultivarem esta devoção a Nossa Senhora de Fátima e a fé católica.

O bispo-auxiliar de Astana, que nasceu na ex-união soviética no seio de uma família de ascendência germânica, recorda o sofrimento da sua família no tempo dos “gulags”, sublinhando contudo, que "somente a Cruz nos salva".

“Foram tempos difíceis e terríveis que passaram os meus pais. Tempos de deportação, de trabalhos forçados e de perseguição. Eu, como criança, vivi também os tempos de clandestinidade e, na escola, de zombaria contra Deus e contra os fiéis", diz.

A celebração de inauguração da catedral é no próximo domingo (dia 9 de Setembro) e vai ser presidida pelo Cardeal Ângelo Sodano, enviado do Papa Bento XVI.

Jornalista Aura Miguel está no Cazaquistão com o apoio da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.