Cinema sempre se interessou pela figura do padre

“O que mostra o cinema sobre a figura do padre?” O tema esteve esta quarta-feira em debate no Simpósio Nacional do Clero.

Para a especialista em cinema Margarida Ataíde, depois do advento da internet ter espoletado a difusão em grande escala de filmes sobre a procura de Deus, hoje a oferta que chega ao circuito é menor, mas mais profunda porque os criadores sentem-se atraídos pelo mistério. "Hoje, se calhar, existem menos obras divulgadas a perscrutar a figura do padre. No entanto, nota-se a preocupação dos criadores de procurar um olhar mais profundo sobre o mistério e o ministério do sacerdote".

"Os pensadores e os criadores de cinema sempre tiveram interesse e apetência por estes temas. Na realidade, o que eu acho que acontece é que nós vivemos uma época em que o grande paradigma do material está parcialmente esgotado e, portanto, há uma apetência do público por outras respostas que não sejam só as superficiais, as efémeras e as materiais”, disse.

Margarida Ataíde distingue entre aquilo que é arte do cinema e aquilo que é a indústria, um dos assuntos mais debatidos foi precisamente a forma como ao público acaba por chegar menos oferta do que aquilo que de facto é criado, uma vez que o que entra no circuito é "sempre condicionado por premissas comerciais que tendem a preterir a profundidade em benefício da popularidade".

O simpósio decorre até sexta-feira em Fátima e aborda a figura do “Padre, homem de Fé.”