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Mais de mil pessoas foram aprofundar o contacto com a liturgia em Fátima

27 jul, 2012 • Paula Costa Dias

D. António Couto considera que faltam “escolas de fé” para ajudar jovens, casais e idosos a viver a liturgia de forma mais verdadeira.

Mais de mil pessoas foram aprofundar o contacto com a liturgia em Fátima
O 38º Encontro Nacional da Pastoral Litúrgica contou com a presença de 1200 pessoas. Um aumento em relação a anos anteriores, que se fica a dever às dificuldades económicas que as pessoas enfrentam, diz o Pe. Pedro Ferreira, director do secretariado: “Deve-se por um lado a uma consciência de Deus. Há pessoas que, quando experimentam estes encontros, não os largam. Os jovens não acham que isto seja uma seca, ninguém está aqui por obrigação, antes pelo contrário, isto fica muito caro.

Contudo, o entusiasmo é grande e a aprendizagem é importante, explica o sacerdote. “As pessoas fazem poupanças para estar aqui, porque gostam disto, rezam, encontram forças para lutar durante o ano nas suas paróquias contra a insensibilidade pela liturgia, falta de respeito pelos ambientes necessários à oração. Coisas que aprendem aqui mais pela prática do que pela doutrina”.

Uma experiencia vivida cada vez por mais jovens, como a Andreia Soares, organista na Sé da Guarda: “Venho aqui porque esta é uma semana muito importante, porque é quando os senhores padres que tratam da liturgia estão em contacto com as pessoas. A liturgia é importante e os jovens estão cada vez mais a sentir a importância da liturgia. Quem vem aqui fica com uma ideia muito diferente do que é realmente a liturgia e o que são os verdadeiros cânticos na liturgia.”

“Eucaristia – sacramento da caridade” foi o tema deste ano. Para D. José Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda, as celebrações litúrgicas devem ter mais qualidade: “Precisamos de liturgias sérias, simples, autênticas, reveladoras do mistério. Porque a eucaristia é sempre a mesma, o Evangelho é sempre o mesmo, Cristo é sempre o mesmo. O modo como expressamos, o modo como celebramos, a linguagem que usamos tem de ser sempre nova, mas a novidade não está numa questão de moda, está no fundamento da própria liturgia, que é Cristo”.

Esta é uma mudança cada vez mais necessária no contexto da Nova Evangelização. Para o Presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, D. Antonio Couto, que participou na iniciativa é urgente introduzir mudanças na forma como se transmite a liturgia, um papel que cabe, sobretudo, aos leigos: “Fazer salas de estudo ou escolas de fé para que as pessoas percebam o que vão celebrar. Muitas vezes as pessoas entram e vêem coisas que as deslumbram ou podem chatear, é preciso uma preparação.”

Não podemos descurar as escolas de fé para aprofundar a fé das pessoas. Os cristãos têm de fazer passar este testemunho para que as pessoas entendam que vale a pena juntarem-se uma hora para celebrar a sua fé. Não temos nada ainda para os adultos, jovens pais, idosos. Temos de o fazer, não pode ser só para as crianças”.

O encontro deste ano foi o último do ciclo da pastoral litúrgica já que, em 2013 ele incluirá a espiritualidade, acompanhando a remodelação feita pela Conferencia Episcopal na respectiva comissão. A data ficou já marcada para 22 a 26 de Julho.