Emissão Renascença | Ouvir Online

Deputado israelita rasga Novo Testamento e deita-o no lixo

18 jul, 2012

Michael Ben-Ari reagia contra o envio de exemplares do Novo Testamento para todos os membros do parlamento israelita. Único deputado cristão já pediu um inquérito ao acto.

Deputado israelita rasga Novo Testamento e deita-o no lixo
Michael Ben-Ari não gostou de receber no seu gabinete no Knesset, o parlamento israelita, um exemplar do Livro dos Testamentos, que agrupa alguns dos livros do Antigo Testamento, que os judeus reconhecem, e o Novo Testamento, que não é lido pelos judeus.

O deputado do partido da União Nacional decidiu fotografar-se a rasgar o livro e a deitá-lo para o lixo, e depois fez questão de enviar as imagens para um jornal. Questionado, defendeu a sua acção dizendo que o Novo Testamento é um livro “nojento” que motivou o “assassinato de milhões de judeus”. “Não há dúvida de que este livro, e tudo o que representa, pertence no caixote de lixo da história”.

A obra foi enviada por um grupo de judeus messiânicos, judeus que acreditam que Jesus era o messias e que trabalham para converter outros judeus. Foi enviado um exemplar para cada deputado. Vários membros do Knesset consideraram o acto uma provocação, alguns devolveram-no, mas apenas Ben-Ari terá tido esta reacção.

Quem não gostou nada foi Hanna Sweid, o único deputado cristão no parlamento israelita. Sweid, que pertence à comunidade cristã-árabe, pediu à procuradoria-geral que abrisse um inquérito e acusou o deputado da União Nacional de ter cometido um “acto de ódio apocalíptico, desnecessário e sem razão”.

Outros deputados, incluindo judeus, também lamentaram uma acção que, no seu entender, apenas pode servir para acicatar as relações inter-religiosas na região, com potenciais efeitos negativos para judeus que vivem fora de Israel.

“Eu também recebi um exemplar do Novo Testamento, mas nunca me passou pela cabeça rasga-lo ou queimá-lo. Enquanto muçulmano, respeito os livros sagrados de todas as religiões”, disse o deputado Masud Gnaim.

Citado pelo jornal Jerusalem Post um representante da Embaixada Cristã Internacional em Jerusalém, Juergen Beuhler, desdramatizou o acto de Ben-Ari: “Sabemos que ele não representa a maioria dos judeus, que rejeitam este tipo de acto incendiário e respeitam os livros sagrados de outras religiões”, afirmou, considerando ainda que se tratava nitidamente de um acto de publicidade por parte do deputado judeu.