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Igreja Anglicana proíbe padres de se filiarem em partidos racistas

08 jul, 2012 • Filipe d’Avillez

Ordenação de mulheres bispo e “casamento” entre homossexuais são duas das questões mais quentes do sínodo anglicano, que decorre nestes dias em Inglaterra.  

Igreja Anglicana proíbe padres de se filiarem em partidos racistas
A Igreja Anglicana, reunida em sínodo desde sexta-feira, aprovou ontem uma medida que proíbe os padres anglicanos e funcionários da Igreja de serem filiados em partidos racistas.

A decisão é largamente simbólica, uma vez que a hierarquia da Igreja admite que não sabe de qualquer caso actual, mas pretende realçar a crença da igreja na não discriminação e na igualdade racial.

Há alguns anos, quando foram divulgadas as listas de militantes do BNP, o principal partido de extrema-direita do Reino Unido, constava apenas um clérigo, neste caso um padre anglicano reformado.

O sínodo da Igreja Anglicana reúne os bispos e representantes dos padres e dos leigos. O grande debate deste sínodo é a decisão de ordenar mulheres bispo, algo que está a causar divisões entre liberais e conservadores.

Para tentar acomodar os tradicionalistas, que não reconhecem a validade das ordens femininas, o sínodo propôs que uma mulher bispo tenha que garantir que as paróquias tradicionalistas na sua diocese sejam acompanhadas por um bispo masculino, algo que os defensores da ordenação de mulheres consideram discriminatório.

Outra questão quente é a reacção da Igreja aos planos da coligação governamental de legalizar o “casamento” entre homossexuais. A Igreja Anglicana é contra e já se manifestou nesse sentido, afirmando que os partidos não têm legitimidade para passar essa lei, uma vez que não constava dos seus programas eleitorais.