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Papa reafirma confiança no Cardeal Bertone

05 jul, 2012 • Ecclesia

Bento XVI lamenta “críticas injustas” contra o cardeal Tarcisio Bertone, um dos mais atingidos pelas recentes polémicas sobre fugas de documentos.

Papa reafirma confiança no Cardeal Bertone
Bento XVI reafirmou a confiança no seu secretário de Estado, numa carta ontem divulgada pelo Vaticano, e lamentou as “críticas injustas” que diz terem sido dirigidas ao cardeal Tarcisio Bertone.

“Tendo notado com amargura as críticas injustas que se fizeram contra a sua pessoa, quero renovar a afirmação da minha confiança pessoal”, refere o Papa, na missiva em que evoca a carta de Janeiro de 2010 em que confirmava a manutenção no cargo do cardeal Bertone, já após este ter completado os 75 anos previstos como limite pelo Direito Canónico.

Bento XVI diz que o conteúdo dessa declaração não se alterou e quis exprimir ao seu mais directo colaborador “profundo reconhecimento” pela “discreta proximidade” e pelo “conselho iluminado”.

Segundo o Papa, a presença do cardeal italiano foi “de particular auxílio nestes últimos meses”.

A carta, datada de segunda-feira, foi escrita antes da partida de Bento XVI para o período de férias em Castel Gandolfo, nos arredores de Roma, que se iniciou ao final da tarde desta terça-feira.

O secretário de Estado do Vaticano, de 77 anos, foi colaborador do então cardeal Joseph Ratzinger na Congregação para a Doutrina da Fé.

O actual Papa escolheu o cardeal Bertone em 2006 para ocupar o lugar de máximo expoente da actividade diplomática e política da Santa Sé, substituindo o cardeal Angelo Sodano.

Numa entrevista publicada em Junho, o secretário de Estado do Vaticano afirmou que os jornalistas têm lançado “mentiras” e “calúnias” sobre o Papa e os seus mais directos colaboradores, lamentando o clima de “mesquinhez” que se criou nas últimas semanas.

O cardeal Tarcisio Bertone falava à revista internacional ‘Família Cristã’, na Itália, sobre caso de fugas de informação no Vaticano, conhecidas por ‘Vatileaks’, que deram origem à divulgação pública de dados reservados.

Referindo-se em particular à publicação de documentos reservados, o secretário de Estado sublinha que a violação do “direito à privacidade” é um “ato imoral de gravidade inaudita” que vai contra um direito “reconhecido especialmente pela Constituição italiana”.