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Vaticano

Papa promove mudanças na Cúria Romana

27 jun, 2012 • Agência Ecclesia

O arcebispo norte-americano Augustine Di Noia assume a vice-presidência da Comissão Pontifícia ‘Ecclesia Dei’, organismo que já destacou o “amplo respeito” que Di Noia granjeou junto da comunidade judaica.

Papa promove mudanças na Cúria Romana

O Papa promoveu mudanças em seis cargos na Cúria Romana, com destaque para a nomeação do bibliotecário e arquivista da Santa Sé e do novo presidente do Conselho Pontifício para a Família (CPF).

O Papa escolheu D. Vincenzo Paglia, até agora Bispo de Terni (Itália), para suceder ao cardeal italiano D. Ennio Antonelli, de 75 anos, na presidência do CPF, um cargo que ocupava desde 2008.

O novo presidente, de 67 anos, lidera a Federação Bíblica Internacional e a Comissão para o Ecumenismo da Conferência Episcopal Italiana, sendo ainda assistente espiritual da comunidade católica de Santo Egídio, com sede em Roma.

D. Vincenzo Paglia, que Bento XVI elevou à “dignidade de arcebispo”, é ainda postulador da causa de canonização do arcebispo de San Salvador, D. Oscar Romero.

Outra das mudanças na Cúria Romana - o conjunto dos dicastérios e dos organismos da Santa Sé que coadjuvam o Papa no exercício da sua missão – surge com a nomeação do bispo francês Jean-Louis Bruguès como “arquivista e bibliotecário da Santa Igreja Romana”, lugar que tinha sido deixado vago, este mês, pelo cardeal Raffaele Farina.

O prelado, que também foi elevado à dignidade de arcebispo, ocupava o cargo de secretário na Congregação para a Educação Católica e é agora o máximo responsável pela Biblioteca Apostólica e o Arquivo Secreto do Vaticano.

Americano Di Noia na “Ecclesia Dei”
O Papa nomeou também como vice-presidente da Comissão Pontifícia ‘Ecclesia Dei’ o arcebispo norte-americano Augustine Di Noia, até agora secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (CCDDS) e antigo subsecretário da Congregação para a Doutrina da Fé.

A “Ecclesia Dei” foi instituída por João Paulo II em 1988 “com a tarefa de “facilitar a plena comunhão eclesial” com todos os que se encontram ligados à Fraternidade fundada pelo falecido arcebispo Marcel Lefèbvre.

Bento XVI actualizou a estrutura da comissão, em 2009, após a remissão da excomunhão (21 de janeiro de 2009) dos quatro bispos consagrados por monsenhor Lefèbvre.

Em comunicado, o organismo da Santa Sé destaca o “amplo respeito” que o arcebispo Di Noia granjeou junto da comunidade judaica e deseja que este facto possa ajudar na solução de “algumas questões que se levantaram” nas relações entre católicos e judeus “à medida que o caminho para a reconciliação com as comunidades tradicionalistas vai evoluindo”.

O cargo de secretário da CCDS vai ser assumido pelo bispo de Leeds (Inglaterra), Arthur Roche, que o Papa elevou à dignidade de arcebispo.
Bento XVI aceitou também a renúncia apresentada pelo arcebispo Piergiuseppe Vacchelli, por motivos de idade, ao cargo de secretário-adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e presidente das Obras Missionárias Pontifícias, nomeando como seu sucessor o bispo de Kigoma (Tanzânia), Protase Rugambwa, que elevou também à dignidade de arcebispo.

A sexta nomeação diz respeito ao cargo de regente do Tribunal da Penitenciaria Apostólica, até agora ocupado por D. Gianfranco Girotti, que apresentou a sua renúncia por motivos de idade. O Papa escolheu para sucessor de Girotti o polaco Krzysztof Józef Nykiel.

A Penitenciaria Apostólica, um dos três tribunais da Cúria Romana, é liderada pelo cardeal português D. Manuel Monteiro de Castro.