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Fórum Ortodoxo-Católico

Arcebispo católico de Moscovo acredita na união com ortodoxos “em breve”

05 jun, 2012 • Filipe d’Avillez

Monsenhor Paolo Pezzi avisa, contudo, que só Deus pode mudar o coração dos homens.

Arcebispo católico de Moscovo acredita na união com ortodoxos “em breve”
O Arcebispo católico de Moscovo acredita que católicos e ortodoxos não estão longe da unidade.

Monsenhor Paolo Pezzi, um missionário italiano que está há muitos anos na Rússia e que assumiu a arquidiocese católica em 2007, avisa contudo que os homens não devem tentar impor a Deus os seus ritmos e propósitos, por mais bem intencionados que possam ser.

“Não podemos esconder que continuam a existir bastantes diferenças entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa Russa. É claro que trabalhar nesta perspectiva não pode fazer com que sejamos precipitados. Embora continue convicto que possamos viver uma comunhão plena muito em breve, isto nunca pode ser a imposição de um propósito nosso.”

O Arcebispo avisa que a união depende unicamente de Deus: “Não somos nós que mudamos o coração do homem, e por isso não somos nós que mudamos a história. Mas aquilo que pode mudar o nosso coração e a história é Deus. Por isso é preciso que tenhamos esta consciência, é preciso pedir isto”, afirma.

Monsenhor Paolo Pezzi encontra-se em Portugal para participar no Fórum Ortodoxo-Católico, que este ano se realiza em Lisboa e aborda o tema da crise económica. Ontem falava numa conferência na Igreja da Encarnação, em Lisboa, mas abordou o encontro que hoje começa, explicando que é particularmente útil neste sentido.

“Qualquer forma possível de colaboração ou de aliança, como por exemplo este fórum que vamos começar durante os próximos dias, ou seja um encontro sobre temas que nos interessam a todos, é particularmente útil na medida em que se torna participação na alegria e na dor uns dos outros.”

A Igreja Católica na Rússia é minoritária e convive com a poderosa Igreja Ortodoxa da Rússia, a maior de todas as Igrejas Ortodoxas, com cerca de 200 milhões de fiéis.

O convívio institucional nem sempre é fácil. Os ortodoxos queixam-se de proselitismo por parte dos católicos e protestam contra a criação de dioceses católicas no seu território.