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Presidente do Banco do Vaticano demitido

24 mai, 2012

Gotti Tedeschi perdeu a confiança do conselho de administração do Instituto para as Obras Religiosas, diz uma nota do Vaticano.

Presidente do Banco do Vaticano demitido
O presidente do banco do Vaticano foi demitido. Gotti Tedeschi abandonou, esta quinta-feira, a presidência do Instituto para as Obras de Religião (IOR) após uma moção de desconfiança do conselho de administração do próprio Instituto.

Um comunicado do Vaticano refere que, “ultimamente, as relações entre os administradores e o presidente se foram deteriorando“ e que, “em breve, será nomeado um novo presidente para desencadear relações amplas e eficazes entre o IOR e a comunidade financeira, com base no respeito pelas regras bancárias internacionalmente aceites”. 

O presidente agora deposto tinha sido nomeado em 2009, após decisão de Bento XVI em adaptar o Banco do Vaticano às regras da transparência financeira.

Demissão em tempo de fugas
Embora a nota do Vaticano não o especifique, esta demissão poderá estar ligada à polémica da fuga de documentos secretos do Vaticano, que foi divulgada pela imprensa ao longo dos últimos meses.

Nesses documentos tornava-se claro a existência de um grave conflito interno entre membros da Cúria Romana e que diziam respeito a questões como alegados casos de clientelismo e corrupção e, também, à gestão do Banco do Vaticano.

Recentemente, o Papa terá nomeado mesmo uma comissão de cardeais que ficou com a responsabilidade de descobrir quem estava por trás das fugas e de impedir que houvesse novos casos. Por estes dias, um jornalista italiano publicou um livro em que divulga muita documentação secreta e que o Vaticano tem tentado travar judicialmente.