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Juiz diz que aborto pago pelo Estado não foi a referendo

24 mai, 2012 • Ângela Roque

Possibilidade de acabar com isenção da taxa moderadora no aborto voluntário foi um dos temas do debate desta quarta-feira na Renascença com o juiz Pedro Vaz Patto, D. Nuno Brás e Aura Miguel.

Juiz diz que aborto pago pelo Estado não foi a referendo
O aborto voluntário é uma opção e não deve ser o Estado a suportar os seus custos, consideram os participantes do debate que se realiza na Renascença às quartas-feiras. O juiz Pedro Vaz Patto fez questão de lembrar que os portugueses não votaram para o aborto ser gratuito, mas sim para que as mulheres deixassem de ser criminalizadas.
 
"Foi votada a despenalização, não a gratuidade nem a isenção das taxas moderadoras", diz o juiz.

Pedro Vaz Patto sublinhou que a lógica da taxa moderadora "é evitar o recuso imponderado aos serviços de saúde". Mas, neste caso do aborto, "justifica-se a taxa, porque é uma opção, não é uma inevitabilidade", acrescentou.
 
Para o bispo auxiliar de Lisboa, que também participou no debate, faz todo o sentido acabar com a isenção da taxa moderadora para as mulheres que optem por abortar. D. Nuno Brás considera mesmo que esta é uma conclusão "óbvia".

No debate desta quarta-feira na Renascença esteve ainda em destaque a situação dos católicos chineses, a propósito do Dia Mundial de Oração pela Igreja da China, que se assinala esta quinta-feira.

Também se falou da importância da Igreja Católica em Timor-leste (que domingo celebrou 10 anos de independência), dos ataques aos cristãos na Síria e no Sudão e do festival "Terras sem Sombra", de música sacra, que ainda tem dois espectáculos agendados para Junho: dia 9, no Castelo de Beja, e dia 23, em Castro Verde.