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“Família é principal amortecedora da crise”

15 mai, 2012 • João Cunha

Psicóloga Margarida Neto considera que se não fossem as famílias a situação económica seria muito pior. Estado tem obrigação de ajudar, diz.  

“Família é principal amortecedora da crise”
Assinala-se hoje o Dia Internacional da Família, proclamado pelas Nações Unidas para chamar a atenção dos governos para a importância da família como núcleo vital da sociedade.

No caso português, não fossem as famílias, a situação de crise seria bem pior do que a se vive hoje, sublinha a psiquiatra Margarida Neto, ex-coordenadora nacional para os assuntos da família.

“As famílias estão a ser os principais amortecedores da crise. Sempre foram as famílias que mantiveram a coesão social, mas nunca em situações de crise e de risco e de grande fragilidade como estamos a viver”, afirma.

“Julgo que se não tivéssemos em Portugal famílias, apesar de tudo, generosas, capazes de funcionar, em que os vínculos se mantêm fortes, a situação era muito pior”, diz ainda Margarida Neto.

Quanto maiores as dificuldades económicas, maior será a tendência para as famílias se agruparem e partilharem. Uma solidariedade que deve ser valorizada pelo poder político: “Sei que a conjuntura económica é muito difícil, mas nunca como hoje foi tão necessário ajudar a família.”

Para começar, considera a psicóloga, bastaria eliminar alguns obstáculos que já existem: “O Estado não deve colocar obstáculos à família, refiro-me por exemplo à fiscalidade, que tem muito para caminhar, para que o casamento seja protegido e não desprotegido, como tem acontecido”, explica.