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Apoio de Obama a “casamento homossexual” é “profundamente triste”

10 mai, 2012 • Filipe d’Avillez

O presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Cardeal Dolan, lamenta posição que alarga o fosso entre Obama e a Igreja Católica.

Apoio de Obama a “casamento homossexual” é “profundamente triste”
“As declarações de hoje do Presidente Obama, em favor da redefinição do casamento, são profundamente tristes”, afirmou, em comunicado, o presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos.

O Cardeal Dolan realça que a Igreja está preparada para apoiar qualquer medida por parte da administração que fortaleça a família, mas que não pode manter-se em silêncio “perante palavras ou gestos que enfraquecem a instituição do casamento, a pedra angular da nossa sociedade. Os americanos, em particular as crianças, merecem melhor.”

Obama tomou a sua posição em favor do reconhecimento do “casamento homossexual” ontem, numa entrevista televisiva. O presidente chegou ao ponto de sustentar a sua opinião na sua fé cristã.

Alguns analistas questionam a oportunidade de Obama em expressar esta posição agora, considerando que o pode enfraquecer nas próximas eleições, levando mais cristãos evangélicos, um bloco significativo do eleitorado, a votar em Romney, o candidato republicano.

Romney já se afirmou contra esta redefinição de casamento, mas até agora tem tido dificuldade em arregimentar os conservadores para a sua causa.

O Presidente poderá ter sido pressionado para afirmar a sua posição depois do seu vice-presidente, Joe Biden, ter dito que a ideia de “casamentos” entre pessoas do mesmo sexo era algo com o qual se sentia perfeitamente confortável.

O debate sobre a redefinição do casamento continua no auge nos Estados Unidos. Mais de 30 Estados já aprovaram emendas constitucionais que consagram que o casamento é apenas entre um homem e uma mulher, enquanto que seis Estados legislaram a favor do “casamento homossexual”.

Este é apenas o mais recente assunto que coloca a Administração de Barack Obama contra a Igreja Católica, e outras igrejas cristãs, nos Estados Unidos. A mais grave até ao momento, que continua por resolver, tem a ver com o decreto da presidência que obrigará instituições católicas, como hospitais e universidades, a fornecer seguros de saúde aos seus funcionários que incluam serviços contraceptivos.