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D. Pio Alves elogia papel da imprensa em tempos de crise

03 mai, 2012

Media não devem faltar à verdade, mas deve-se evitar a obsessão com o negativismo, refere o bispo-auxiliar do Porto.

D. Pio Alves elogia papel da imprensa em tempos de crise
Neste Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que em Portugal é assinalada com a iniciativa “um dia com os media”, o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações sociais, D. Pio Alves, sublinha o relevo dos órgãos de informação na denúncia das situações socialmente mais difíceis, em especial nestes anos de crise.

“Em situações particularmente complicadas para a sociedade adquirem uma particular relevância, uma vez que os media têm a possibilidade de detectar situações não-condizentes com a verdadeira liberdade das pessoas, de informar, e portanto são recursos de que todos dispomos para que, conhecedores da verdade possível, estejamos mais perto das melhores soluções para todos”, refere o bispo-auxiliar do Porto.

D. Pio Alves sublinha, contudo, que os media devem dar pistas que apontem para soluções. Não é necessário faltar à verdade, ou esconder a realidade, para transmitir mensagens de esperança: “Os media, sem faltar à verdade, sem esconder a realidade, podem ter um papel muito importante, apontando soluções, não insistindo no negativo, levantando ânimos, dando pistas, criando esperança, no fim de contas.”

Contudo, a obsessão pelo negativo de pouco serve: “Algumas vezes dá impressão que há uma espécie de obsessão pelo negativo e temos de estar todos do mesmo lado, os media são um factor fundamental, porque a resolução da crise é importante para todos, sobretudo para os que não têm voz”.

Quanto à liberdade de imprensa, D. Pio Alves sublinha que - até mesmo nos países desenvolvidos - é muitas vezes condicionada, de forma mais ou menos oculta. Basta pensar no poder dos grandes grupos económicos: “Sabemos muito bem que há condicionalismos que estão mais ou menos ocultos, os grandes poderes económicos, os ‘lobbys’ que têm capacidade de influir e pesar na comunicação social, e portanto a completa e total liberdade não existe em nenhum âmbito, nem na comunicação social, como é evidente”, conclui.