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Católicos na Terra Santa preparam Páscoa Juliana para 2013

09 abr, 2012

O cálculo do Domingo de Páscoa segundo o calendário juliano pode coincidir com o gregoriano, mas também pode divergir em até cinco semanas.

Católicos na Terra Santa preparam Páscoa Juliana para 2013
Por toda a Terra Santa as várias Igrejas Católicas de rito latino celebraram ontem a Páscoa, mas poderá ter sido a última vez que o fazem segundo o calendário gregoriano, usado pela esmagadora maioria dos católicos em todo o mundo.

O padre franciscano Pierbattista Pizzabella, custódio dos lugares santos da Terra Santa, anunciou que as igrejas de rito latino poderão vir a adoptar o calendário juliano, utilizado para determinar a data da Páscoa por todas as Igrejas Orientais, ortodoxas ou católicas.

O desejo de estreitar laços ecuménicos com as outras igrejas na região está por detrás desta decisão que poderá ter efeito já a partir de 2013. De fora ficarão as basílicas de Jerusalém e de Belém, que todos os anos recebem milhares de turistas durante a Páscoa gregoriana.

O calendário gregoriano entrou em vigor em 1582 durante o pontificado do Papa Gregório XIII. A decisão de reformar o calendário juliano foi tomada quando se determinou que havia um desfasamento entre este e o tempo real.

Uma vez que as Igrejas Ortodoxas já se tinham separado de Roma nessa altura, elas não adoptaram o calendário gregoriano de imediato. A maior parte acabou por fazê-lo, mas continuou a utilizar o juliano para calcular as principais festas litúrgicas, nomeadamente a Páscoa.

De vez em quando os dois calendários coincidem, mas na maior parte dos anos o mundo assiste à celebração da Páscoa em duas datas diferentes, transmitindo um sinal de desunião precisamente na mais importante festa cristã. É esta ideia que os franciscanos, que representam a Igreja Católica nos lugares santos da Terra Santa, querem contrariar.

A decisão dos franciscanos não é inédita. A comunidade católica de rito latino na Grécia, por exemplo, celebra a Páscoa na mesma data que a Igreja Ortodoxa local por uma questão de respeito ecuménico.