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Borrego é mais que simples refeição na Páscoa alentejana

09 abr, 2012 • Rosário Silva

Segunda-feira de Páscoa é um dos pontos altos nos festejos pascais do Alentejo.

Em muitos locais do Alentejo, esta segunda-feira é um dos momentos altos da Páscoa.

A tradição passa pela ida ao campo em família, para desfrutar da natureza e dos pratos tradicionais à base de borrego.

São muitos os que não dispensam, neste dia, uma ida ao campo para desfrutar da natureza e dos pratos tradicionais à base de borrego.

A presença do profano é uma evidência, mas a interpretação também deve ser feita à luz do sagrado.

O Cónego Francisco Senra Coelho faz a interpretação simbólica e teológica desta tradição alentejana.

“O alentejano, com a sua família e os seus amigos, em fraterna solidariedade, partilha o cordeiro, a que se chama borrego regionalmente, símbolo do cordeiro de Deus, apresentado por João Baptista, no cumprimento da profecia de que seria imolado pela humanidade, oferecer a sua vida pelos pecados do mundo e ser ele o Salvador”, refere o clérigo.

Com raízes multi-seculares, esta tradição é também de transparência ecuménica: “A natureza é lugar de encontro com Deus para todos e o cordeiro é símbolo de inocência inofensiva. A refeição à volta do cordeiro espelha bem comunhão, unidade e fraternidade.”

“A segunda-feira de Páscoa é no Alentejo o eco da Páscoa cristã, com profundas raízes culturais que no nosso tempo continua a proclamar que Páscoa é festa da vida e da fraternidade”, explica o Cónego Francisco Senra Coelho.