05 abr, 2012 • Isabel Pacheco
D. Jorge Ortiga receia o agravamento da pobreza e mostra–se preocupado, sobretudo, com os pobres ditos “envergonhados”. A preocupação é manifestada pelo arcebispo de Braga face ao adiamento para 2015 da reposição dos subsídios de férias e de Natal por parte do Governo.
O arcebispo de Braga pede assim ao Governo para “não sobrecarregar demasiado os pobres”.
“Quem irá sofrer mais são os pobres. Eles existem, por vezes verificamos que começam a ter mais alguma coisa, mas é uma insignificância”, disse à Renascença D. Jorge Ortiga, que verifica que “os pobres aumentam em número”.
“Pessoalmente”, observa, “preocupam-me os pobres envergonhados, as pessoas que têm vergonha de dar a cara”. D. Jorge Ortiga, que é também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, sublinhou ainda a necessidade de os pobres "fazerem um esforço para se libertarem da pobreza, através do trabalho".
Nesta altura de "tempos difíceis", diz, é essencial "a doação de bens materiais mas, talvez mais importante, a doação da própria vida, com atenção aos outros, com pequenos gestos, com atitudes, com o acompanhamento dos que estão mais sozinhos, dos abandonados, dos pobres envergonhados".
As declarações do arcebispo foram deixadas à margem da cerimónia de lava-pés que decorreu esta quinta-feira santa na Sé Catedral de Braga.