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Bispo de Beja preocupado com fraco aproveitamento dos recursos alentejanos

03 abr, 2012 • Domingos Pinto

D. Vitalino Dantas refere projectos megalómanos, em particular da barragem do Alqueva, que não contribuem para a fixação das populações na região.

O Bispo de Beja está preocupado com o fraco aproveitamento dos recursos da região, a começar pelo projecto do Alqueva, que entrou em funcionamento há mais de uma década, mas sem impacto significativo no desenvolvimento da região.

É um dos reparos de D. António Vitalino Dantas que fala em projectos megalómanos que não contribuem para a fixação das populações. Uma das maiores bandeiras do desenvolvimento do Alentejo, está a ser mal aproveitado e não tem contribuído para a fixação das populações, diz o Bispo de Beja.

“Não tem contribuído porque tratando-se de irrigar sobretudo os terrenos, 110 mil hectares, até agora só uma pequenina parte é irrigada e nem sempre todos os agricultores estão a aproveitar”.

“Por isso”, constata D. Vitalino Dantas, “não é de admirar que haja aqui projectos que às vezes parecem um pouco megalómanos e que absorvem muito dinheiro mas não são verdadeiro desenvolvimento, porque não fixam as populações”.

As críticas do Bispo de Beja não se ficam pelo Alqueva. Também o novo aeroporto, e não só, não estão a ser valorizados. “O aeroporto de Beja, de que tanto se fala, e que está pronto, gastaram-se 35 milhões de euros mas até agora não tem tido grande aproveitamento. Até o próprio comboio está cada vez a ser posto de parte.”

Já o Porto de Sines merece o elogio do Bispo de Beja: “Dos grandes investimentos industriais, vai fixando algumas populações e atraindo outras. Sines é a única zona do Alentejo em que não existe desemprego”, refere.

Preocupado com o desenvolvimento do Alentejo, D. Vitalino Dantas sublinha a fraca aplicabilidade do projecto do Alqueva, que viu recentemente adiada a sua conclusão final até 2015.