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Papa propõe Cristo como alternativa à revolução em Cuba

28 mar, 2012 • Filipe d'Avillez

Bento XVI concluiu a sua visita a Cuba com um convite aos cubanos para reavivarem a sua fé, por forma a renovar a vida pessoal e social. O embargo económico não foi esquecido pelo Papa.

Papa propõe Cristo como alternativa à revolução em Cuba
Bento XVI concluiu a sua visita a Cuba com um convite aos cubanos para reavivarem a sua fé, por forma a renovar a vida pessoal e social. O embargo económico não foi esquecido pelo Papa.
Cuba foi confrontada esta quarta-feira com uma reflexão sobre uma “sociedade solidária onde ninguém se sinta excluído”, onde “o desânimo dá lugar à esperança, a bondade afasta incertezas e uma força vigorosa abre o horizonte a perspectivas inusitadas e benéficas” e “onde cada um se sinta protagonista indispensável do futuro da sua vida, da sua família e da sua Pátria.”

As palavras foram proclamadas num dos últimos países comunistas do mundo, mas o “caminho” proposto, longe de ser o comunismo, é Jesus Cristo. Bento XVI aproveitou o seu discurso de despedida para propor Cristo como alternativa para a sociedade, utilizando termos e linguagem que os cubanos estarão mais habituados a ouvir associados à revolução.

O Papa começou por evocar novamente a Virgem Maria d’El Cobre, que “há quatro séculos que acompanha esta nação e infunde coragem em todos os cubanos, para que descubram, da mão de Cristo, o verdadeiro sentido das ansiedades e desejos que incubam no coração humano e tenham a força necessária para construir uma sociedade solidária, onde ninguém se sinta excluído”.

Bento XVI afirmou ainda que viajou para Cuba na qualidade de peregrino e testemunha de Jesus Cristo: “Firmemente convicto de que onde Ele chega, o desânimo dá lugar à esperança, a bondade afasta incertezas e uma força vigorosa abre o horizonte a perspectivas inusitadas e benéficas”.

“O caminho que Cristo propõe à humanidade – e a cada pessoa e povo, em particular – em nada a tolhe, antes pelo contrário, é o factor primeiro e principal do seu verdadeiro progresso”, referiu ainda o Papa.

O embargo económico, de que tanto se queixa o regime de Havana, foi também referido pelo Papa quando este lamentou a carência de recursos materiais, “situação esta que fica agravada quando medidas económicas restritivas impostas de fora ao país pesam negativamente sobre a população”.

Bento XVI prometeu ainda aos cubanos que continuará a rezar por eles, para que possam gozar de “justiça e liberdade”, recordando ainda que “o respeito e a promoção da liberdade que vive no coração de cada homem são imprescindíveis para responder adequadamente às exigências fundamentais da sua dignidade e, assim, construir uma sociedade onde cada um se sinta protagonista indispensável do futuro da sua vida, da sua família e da sua pátria”.

O Papa, que concluiu desta forma a sua primeira visita a um país comunista, deixou os cubanos com um convite a reavivar a fé: “Extrai dela a força para edificar um futuro melhor, confia nas promessas do Senhor, abre o teu coração ao seu Evangelho para renovar autenticamente a vida pessoal e social”.