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Liberdade religiosa mais precária na Europa

19 mar, 2012 • Domingos Pinto

Relatório destaca o aumento preocupante de casos de discriminação ou intolerância um pouco por todo o continente, desde logo em Espanha.

Liberdade religiosa mais precária na Europa

A liberdade de acção dos cristãos na Europa é cada mais precária, alerta a Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) a propósito do relatório de 2011 do Observatório sobre a Intolerância e Discriminação Religiosa na Europa, conhecido esta segunda-feira.

O relatório destaca o aumento preocupante de casos um pouco por todo o continente, desde logo em Espanha.

Portugal ainda é uma excepção e não é citado neste relatório, mas a vizinha Espanha aparece com várias situações como, por exemplo, a suspensão dos serviços religiosos da Universidade de Barcelona ou ainda uma campanha de uma associação de defesa da universidade pública, que queria a extinção da Faculdade de Teologia da Universidade de Granada.

O documento cita também um relatório do Governo escocês, de Novembro de 2011, que revela que 95% dos casos de violência por motivos religiosos atingiram, sobretudo, os cristãos.

Já em França, cerca de 84% dos casos de pirataria na internet atingiram sites cristãos.

Neste relatório é particularmente criticada a apresentação do norueguês Anders Breivik, que em Julho do ano passado matou 72 pessoas em Oslo e na ilha de Utoya, como um “extremista cristão”.

O documento considera que há negação de direitos fundamentais e marginalização social dos cristãos e pede respeito pela tradições e parâmetros histórico-culturais em relação a símbolos religiosos nos espaços públicos.

Estas conclusões preocupam também a fundação “Ajuda à Igreja que Sofre”. A presidente desta organização humanitária, Catarina Martins, dá o exemplo de Inglaterra, onde uma enfermeira e uma funcionário da British Airways foram despedidas por usaram o crucifixo ao pescoço.

“Estes sinais são preocupantes e cada vez mais frequentes na Europa. Temos países como França, Inglaterra, Alemanha onde há cada vez mais situações deste género”, lamenta Catarina Martins.