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EUA

Bispos “unidos e focados” em defesa da liberdade religiosa

15 mar, 2012

Porta-voz da conferência episcopal estupefacta com decisão do Governo de isentar os Amish e outros grupos religiosos, mas não a Igreja Católica, na imposição do sistema de saúde.

Os principais bispos americanos terminaram ontem uma reunião onde acertaram a sua estratégia a favor da liberdade religiosa, ameaçada pelo decreto da Administração de Obama que quer obrigar as instituições católicas a pagar seguros para os seus funcionários que cubram serviços contraceptivos e abortivos.

A Igreja pediu uma isenção a este decreto que abrangesse as muitas escolas, universidades, hospitais e outras organizações católicas, mas Barack Obama negou a solicitação. A partir de Agosto de 2013, quem não cumprir a nova lei será multado até 100 dólares por funcionário, por dia.

“Não se trata aqui de a Igreja querer forçar as pessoas a fazer o que quer que seja, trata-se do Governo federal querer forçar a Igreja, com todos os seus fiéis e quase todas as instituições, a agir contra os seus próprios ensinamentos”, pode ler-se no comunicado dos bispos.

Os bispos negam ainda qualquer objectivo político na sua campanha. “Este não é um assunto republicano ou democrata, nem liberal ou conservador, é um assunto americano”, realçam.

Entretanto a porta-voz da Conferência Episcopal Americana reagiu com estupefacção ao descobrir que o Governo aceitou isentar outras organizações religiosas não só deste decreto em particular, mas de todo o sistema de saúde.

Em causa estão os Amish, que são contra os seguros por uma questão de princípio, e os membros do Christian Care Ministry, que acredita que os cristãos se devem unir em grupos e pagar as contas médicas uns dos outros.

“Os Amish são isentos de toda a reforma do sistema de saúde. Os membros da Medi-Share, um programa da Christian Care Ministry também. Mas quando a Igreja Católica pede uma isenção religiosa de apenas um dos regulamentos contidos na lei – o decreto que obriga todas as entidades patronais, incluindo instituições religiosas, a pagar por esterilizações e contraceptivos, incluindo medicamentos abortivos – a administração recusa”, escreve a irmã Mary Ann Walsh, no blogue da Conferência Episcopal.

A freira conclui que não deixa de causar estranheza que o “Governo se mostre mais inflexível com contraceptivos do que com serviços que tratam verdadeiramente de doenças.”