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“Indiana Jones” de Israel diz ter encontrado túmulo de discípulos

29 fev, 2012

Iconografia e inscrições encontradas em ossuários em Jerusalém poderão ser cristãs, afirmam peritos independentes.

“Indiana Jones” de Israel diz ter encontrado túmulo de discípulos

Um realizador de documentários canadiano de origem israelita afirma ter encontrado ossuários que poderão conter os restos mortais de alguns dos primeiros discípulos de Jesus.

Simcha Jacobovici recolheu imagens de ossuários localizados debaixo de um prédio em Jerusalém que revelaram inscrições que poderão, afirmam alguns peritos, ser de origem cristã.

Uma das inscrições mais curiosas é de um peixe que parece ter uma cabeça humana a sair-lhe da boca. A imagem poderá ser uma referência à história de Jonas, que segundo o relato bíblico foi engolido por uma baleia quando tentava fugir à vontade de Deus, tendo sido expelido são e salvo numa praia, passados três dias. A história de Jonas é usada por Cristo no Novo Testamento como profecia da sua própria morte e ressurreição, passados três dias.

O peixe foi também usado como símbolo cristão desde os primeiros tempos, por uma variedade de razões e peritos consultados por Jacobovici garantem que não há qualquer registo de antigos ossuários judaicos com imagens de peixes.

Se a teoria de Jacobovici merece algum crédito aos olhos dos peritos no ramo da arqueologia, outra tese é recebida com muito cepticismo. O pseudo-arqueólogo, que na verdade não tem qualquer formação académica e é conhecido no meio como o “Indiana Jones” de Israel, defende que um ossuário encontrado perto daquele local, em 1981, contém os restos mortais de Jesus, Maria e José.

A confirmar-se, este facto descredibilizaria completamente toda a fé cristã, que assenta no pressuposto que Jesus ressuscitou e foi elevado ao Céu, não sendo por isso possível que sejam encontrados restos mortais. Mas mesmo no meio científico a proposta de Jacobovici não é levado a sério, primeiro porque todos esses nomes eram muito comuns na altura e, depois, porque Maria e José não eram de Jerusalém e por isso não teriam sido sepultados naquela cidade.

Segundo um arqueólogo, citado pelo jornal inglês Daily Telegraph: “A teoria sobre Jesus é uma conjectura, construída com base numa decepção, sustentada numa má-interpretação intencional por forma a ganhar dinheiro e publicidade.”

As imagens foram recolhidas por Jacobovici com recurso a um braço robótico, uma vez que a exploração dos ossuários foi proibida depois de um grupo judaico ter alegado ser imoral interferir com restos mortais de judeus.