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Monge budista anti-regime volta a ser pressionado no Myanmar

20 fev, 2012

Shin Gambira foi um dos líderes da “revolução de açafrão” que desafiou o regime em Setembro de 2007.

Monge budista anti-regime volta a ser pressionado no Myanmar
Shin Gambira, o monge budista que liderou a “revolução de açafrão”, que desafiou a junta militar do Myanmar em Setembro de 2007, está de novo na mira dos generais que governam o país.

Gambira foi condenado a 68 anos de prisão pelo seu papel nas revoltas pacíficas de 2007 mas foi libertado em Janeiro de 2012 com um indulto presidencial, sob pressão da comunidade internacional e numa vaga de medidas que pretendem demonstrar uma abertura do regime.

Contudo, a junta militar mostrou-se preocupada com a atitude de Gambira que, mal se viu em liberdade, voltou para a sua comunidade monástica “violando o código de conduta dos monges budistas”, segundo as autoridades.

Mais audaz foi a atitude de quebrar os cadeados que os militares colocaram nas portas de dois mosteiros cujos membros participaram activamente nos protestos de 2007. Por causa desse gesto, o monge vai ser julgado novamente por “invasão de propriedade”.

O Myanmar tem encetado algumas reformas nos últimos meses, libertando a veterana líder da oposição Suu Kiy e outros presos políticos. Muitos, incluindo Shin Gambira, encaram essas reformas com cepticismo, julgando que os generais são movidos sobretudo por interesses pessoais.

A revolta de Setembro de 2007 foi apelidada de “Revolução de Açafrão” por causa da cor das vestes dos monges budistas no Myanmar, que a lideraram. Na altura os protestos, constituídos sobretudo por marchas pacíficas, foram violentamente reprimidas.