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Baronesa muçulmana inglesa elogia Papa no Vaticano

15 fev, 2012

Visita histórica de representantes do Governo britânico assinala 30º aniversário de relações diplomáticas com a Santa Sé.

Baronesa muçulmana inglesa elogia Papa no Vaticano
A baronesa Sayeeda Hussain Warsi criticou esta terça-feira uma “suspeição crescente” da religião na Europa e elogiou Bento XVI nas suas defesas da compatibilidade entre a religião e a razão.

Warsi, que é muçulmana, considera que os países europeus devem proteger a sua herança religiosa: “As pessoas precisam de se sentir fortalecidas na sua identidade religiosa, mais confiantes nas suas crenças. Na prática isto significa que os indivíduos não devem diluir a sua fé e as nações não devem negar a sua herança religiosa.”

A suspeita e a marginalização da fé derivam da ideia errada de que: “Para criar igualdade e espaço para as minorias culturais e religiosas precisamos de apagar a herança religiosa da maioria”.

Estas ideias são inaceitáveis para pessoas de fé, por mais bem-intencionada que seja a elite que as impõe, afirmou Warsi: “Não percebem que, como o Santo Padre argumenta há anos, a fé e a razão andam de mão em mão”.

Contudo, neste seu discurso diante de alunos da Academia Pontifícia Eclesial, onde se treinam os futuros diplomatas da Santa Sé, a baronesa não negou a existência de uma franja mais extremista: “os ‘anti-religiosos’, os que negam a fé”, que “sustentam um vocabulário de intolerância secularista. Para mim uma das coisas mais preocupantes sobre este secularismo militante é que no seu fundo e nos seus instintos é profundamente intolerante”.

A delegação foi hoje recebida por Bento XVI e foi publicado um comunicado conjunto que aborda assuntos como o respeito pela liberdade religiosa e a Primavera Árabe.

“Em relação às mudanças que se têm registado na África do Norte e no Médio Oriente, a Santa Sé e o Governo de Sua Majestade realçaram a importância de levar a cabo verdadeiras reformas nos campos da política, economia e social”, pode ler-se.

No mesmo comunicado é sublinhado “o papel que os cristãos podem desempenhar e a importância do diálogo inter-religioso”, no Médio Oriente.