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Vencedor do prémio de Liberdade Religiosa defende cadeira obrigatória nas escolas

13 fev, 2012

Lei da liberdade religiosa em Portugal é inspiração para outros países. O mais recente foi a Líbia.

Carlos Manuel Meneses Moreira foi hoje distinguido com o Prémio de Liberdade Religiosa.

O júri não teve dúvidas, o trabalho deste docente, agora mestre pela Universidade Católica, é uma reflexão original sobre o papel da religião na cultura e deve por isso mesmo ser ponderado pelo próprio Governo e pela sociedade.

Ou seja, como defende o premiado Carlos Manuel Meneses Moreira, o ensino religioso escolar, qualquer que seja o credo ou a inspiração filosófica, devia ser obrigatório e não um apêndice como acontece agora.

“Neste momento existe a oferta obrigatória para a frequência do ensino escolar da religião, e frequência facultativa. O que propomos é que haja oferta obrigatória e frequência obrigatória. Isto é, obviamente atendendo à especificidade das confissões religiosas, das mundividências filosóficas e ideológicas, mas que a escola tenha um espaço onde exista esta reflexão antropológica, filosófica e teológica, e que não seja relegada para uma frequência de apêndice”, afirmou Carlos Moreira à Renascença, à margem da cerimónia.

Durante a entrega do prémio a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, defendeu o primado da dignidade humana, por onde deve passar a liberdade: “Num cenário de globalização e de prevalência das esferas monetária e financeira, é tempo de reafirmar a superioridade valorativa do homem, dotado de infinito significado espiritual, e é urgente dignificar o Ser Humano, promover o indivíduo, reforçar a cidadania”.

Paula Teixeira da Cruz considera ainda imperativo afirmar um activo humanismo personalista, “o qual não pode deixar de assentar na liberdade, dignidade e responsabilidade do Ser Humano, entendidas como invioláveis e inalienáveis.”

De resto, mereceu fortes elogios a lei de Liberdade Religiosa que vigora no nosso país, uma lei que até já serve de modelo para outros Estados onde esta ainda é uma miragem, como a Líbia exemplo dado por Fernando Soares Loja, presidente da Comissão da Liberdade Religiosa.

“Ainda na semana passada pediram-me uma cópia da nossa lei. Não me surpreendeu o pedido, mas surpreendeu-me a origem do pedido: a Líbia. Pelos vistos a boa fama da nossa lei chegou até àquele país onde a liberdade de religião tem andado arredada há dezenas de anos”, explicou.

Durante a cerimónia o premiado Carlos Manuel Meneses Moreira dissertou sobre o tema “para uma legitimação cultural do ensino da religião”, um prémio no valor de cinco mil euros, que contou com o apoio da Fundação Gulbenkian.