Os casos de abusos sexuais na Igreja estão a partir desta segunda-feira, e até quinta-feira, em discussão em Roma. O simpósio mundial, organizado pela Universidade Pontifícia Gregoriana com o apoio do Vaticano, vai reunir representantes de 110 conferências episcopais e 30 ordens religiosas de todo o mundo.
De Portugal, vão um sacerdote da diocese de Lamego e o porta-voz dos bispos portugueses, padre Manuel Morujão.
“A mensagem que levo é que a Igreja quer encarar este problema de frente, para encontrar a melhor solução para erradicar esta chaga social. E eu acho que esta vontade da Igreja é exemplar e há-de ajudar, ao nível da sociedade civil, ao nível das famílias”, afirma à
Renascença o padre Manuel Morujão.
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa defende que a Igreja tem que estar preparada para lidar com os casos de pedofilia e, mais do que isso, “tem a particular responsabilidade de dar o exemplo”.
Em Portugal, não são conhecidos casos como os que têm abalado outros países. O padre Manuel Morujão considera que “a sociedade portuguesa, em geral, e a Igreja, em particular, está mais precavida”.
“Infelizmente, os jornais falam de casos aqui e ali e servem para que vivamos precavidos, para que não aconteçam nas nossas famílias, nas nossas instituições civis ou da Igreja”, sustenta.
No ano passado, a Congregação para a Doutrina da Fé pediu a todas as conferências episcopais que elaborassem directivas próprias para tratar dos casos de pedofilia.
Em Portugal, a directiva está em fase de elaboração: “A seu tempo serão apresentadas. A data limite é o fim de Maio”, afirma o porta-voz dos bispos portugueses.
"Rumo à cura e à renovação" é o tema do simpósio que começa esta segunda-feira em Roma. Os organizadores esperam que, nestes três dias, se consiga avançar no sentido de uma "resposta mundial coerente" para o problema dos abusos sexuais.
Pode ouvir toda a entrevista ao padre Morujão no programa “
Princípio e Fim”, que vai para o ar na
Renascença todos os domingos às 23h30.