Tempo
|

Candidatos republicanos falam da importância da fé

30 jan, 2012 • Filipe d'Avillez

Ron Paul, Mitt Romney, Rick Santorum e Newt Gingrich procuram agradar ao eleitorado religioso do Partido Republicano, para conseguir a nomeação para as presidenciais de 2012.

Candidatos republicanos falam da importância da fé
Os quatro republicanos que ainda disputam a candidatura à Presidência dos Estados Unidos são unânimes a defender a importância da religião.
 
Num debate realizado recentemente na Florida, Ron Paul, Newt Gingrich, Mitt Romney e Rick Santorum foram questionados sobre a importância da fé nas suas vidas e como poderia afectar o seu eventual desempenho na Casa Branca.

Dos quatro, o mais evasivo foi Ron Paul, que representa uma tendência mais libertária do Partido Republicano e que disse que, embora a sua fé influencie a sua vida pessoal, não afectaria as suas políticas: “As minhas crenças religiosas não as afectariam. Elas afectam o meu caracter, a forma como trato as pessoas e a forma como vivo”, declarou.

Mitt Romney, apontado como o favorito para representar o partido nas próximas presidenciais e tendo, por isso, a possibilidade de vir a ser o primeiro Presidente mórmon da história dos Estados Unidos, fez uma ligação entre os fundadores do país e a religião.

“Quando redigiram a Constituição, os fundadores não estavam a escrever um documento temporário, para um lugar específico, mas sim algo que descrevesse a relação entre Deus e o Homem. Penso que isso é algo que um Presidente deveria transportar no seu coração”, considerou Romney.

Newt Gingrich foi dos que abordou mais directamente o assunto, afirmando que há certas decisões que o Presidente enfrenta que deviam ser confiadas a Deus: “Estas são decisões que ficam para além da capacidade de meros mortais poderem decidir sem orientação. Temos a obrigação de perceber que, se somos verdadeiros crentes, então não se trata apenas de uma hora ao domingo, sábado ou sexta-feira”, referiu Gingrich numa alusão aos dias santos para cristãos, judeus e muçulmanos. "É algo que deve saturar toda a nossa vida, deve ser parte de quem somos. Nesse sentido, é inseparável do nosso comportamento”, considerou.

Gingrich é católico, mas a sua vida privada tem afastado muitos eleitores religiosos, nomeadamente a sua história de infidelidade matrimonial. Talvez para apaziguar os seus críticos, o candidato falou da sua preocupação com os ataques que têm sido lançados contra a religião no país. “Uma das razões pelas quais me candidato é porque tem havido uma guerra cada vez mais agressiva contra o Cristianismo neste país, sobretudo da parte de uma elite secular, os media e a área judicial”.

Rick Santorum, também católico, tem nesse campo um historial mais aceitável que tem inclusivamente merecido um forte apoio de alguns sectores protestantes. Para Santorum, a religião é não só importante ao nível pessoal, mas também ao nível social: “A fé é algo muito, muito importante para a minha vida, mas é também uma parte muito, muito importante deste país”, afirmou.

Santorum estabeleceu ainda uma ligação entre a importância da crença em Deus e os direitos individuais: “Há quem diga que a fé não tem nada a ver, mas a fé tem tudo a ver. Se o nosso Presidente acredita que os direitos nos advêm do Estado, então tudo o que o Governo nos dá, pode-nos ser retirado”.

Os quatro candidatos disputam amanhã a primária da Florida. As sondagens dão vantagem a Romney.