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Católicos pedem libertação de bispos e padres “desaparecidos” na China

17 jan, 2012

Iniciativa parte da agência católica AsiaNews como forma de assinalar o ano novo chinês.

Católicos pedem libertação de bispos e padres “desaparecidos” na China
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Católicos de todo o mundo estão a associar-se a uma campanha para pedir a libertação de pelo menos três bispos e seis sacerdotes que se encontram detidos na China.

Cinco destes homens estão detidos em local incerto e alguns dos quais já passaram, ao todo, várias décadas na prisão.

A iniciativa parte da agência católica AsiaNews, que monitoriza a situação dos cristãos nos países asiáticos e que pede este gesto ao Governo de Pequim como forma de assinalar a entrada no ano novo chinês, no dia 23 de Janeiro.

Os bispos e padres detidos pertencem todos à Igreja clandestina, como é conhecida a facção católica que mantém a fidelidade a Roma e a comunhão com o Papa, por oposição à Igreja oficial, ou patriótica, que é controlada pelo regime comunista.

Entre os bispos detidos inclui-se Monsenhor Cosma Shi Enxiang, bispo “clandestino” de Yixian, em Hebei. Actualmente com 90 anos foi detido pela última vez no dia 13 de Abril de 2001, Sexta-feira Santa e desde então nunca mais foi visto. Monsenhor Cosma tinha um longo historial de problemas com as autoridades, que não lhe perdoam o facto de nunca ter aceitado submeter-se à Igreja patriótica, e já passou, ao todo, mais de 50 anos em detenção.

Outro bispo cujo paradeiro não é revelado é Monsenhor James Su Zhimin, responsável pela diocese clandestina de Baoding, também na região de Hebei. Antes de ser detido pela última vez em 1997, Zhimin já tinha passado 26 anos em diversas prisões e campos de trabalhos forçados, sempre por se recusar a abandonar a comunhão com o Papa. Em 2003 foi visto brevemente num hospital, rodeado de polícias, e pôde ser visitado por alguns familiares, mas logo foi levado novamente para detenção em local incerto. Com quase 80 anos, este bispo já passou mais de 40 anos em cativeiro.

O terceiro bispo na lista divulgada pela AsiaNews é Monsenhor Wu Qijing. Detido desde 2007 encontra-se retido no seminário menor em Xian e tem todos os seus movimentos controlados pela polícia.

Dos seis sacerdotes nomeados pela agência três estão em parte incerta. Dois foram presos em Junho do ano passado e o outro está detido desde 2006. Dos outros sacerdotes sabe-se a paradeiro mas reclama-se também a libertação, uma vez que não lhes são conhecidos quaisquer crimes.