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Arcebispo agradecido ao Papa por nomeação

05 jan, 2012

D. Manuel confirma ainda que deverá chegar a Cardeal, mas não garante que seja já no próximo consistório.

Arcebispo agradecido ao Papa por nomeação
Arcebispo, prefeito da Congregação dos Bispos
D. Manuel Monteiro de Castro mostra-se agradecido ao Papa pela sua nomeação, anunciada hoje, para chefiar um dos tribunais da Cúria Romana.

O Arcebispo, de 73 anos e com uma longa carreira diplomática ao serviço da Santa Sé, diz ainda que ficou surpreendido com esta distinção: “Recebi-a com gratidão porque, realmente, não esperava. É uma posição que, por um lado, me distingue e, por outro, me chama para meditar mais e mais no Senhor e na missão que ele nos confiou a todos nós”.

Com esta nomeação, torna-se provável que D. Manuel Monteiro de Castro seja feito cardeal. O arcebispo confirma que esse é o cenário mais provável, mas diz que poderá não ser já no próximo consistório, que deverá ser anunciado amanhã pelo Papa.

“Pode ser agora ou pode ser noutra altura. Vamos sabê-lo amanhã. A Santa Sé tem só 120 cardeais e vamos ver se o meu nome figura ou não. Amanhã, o Santo Padre vai, durante a cerimónia da Epifania, dirigir ao mundo umas palavras e vai mencionar os nomes dos que serão cardeais. Anunciará um consistório e quem dele fará parte. Aí, é que se saberá se o meu nome está ou não”, conclui D. Manuel Monteiro de Castro.

Quanto ao trabalho que vai desenvolver, o arcebispo explica quais são as funções da Penitenciária Apostólica: “Cuida sobretudo do foro interno e tem também uma secção para as indulgências. Significa cuidar de tudo o que diz respeito ao foro interno em todo o mundo católico, ou seja, a preparação dos sacerdotes para as confissões e tudo o que se refere ao foro da consciência”, explica.

Reconhecimento pelo trabalho desenvolvido
Para a vaticanista Aura Miguel esta nomeação é, antes de mais, um reconhecimento do Papa por um bispo que já serviu a Igreja de forma importante: "A sua carreira foi essencialmente diplomática, em lugares chave para a Igreja como, por exemplo, Vietname, Panamá, Africa do Sul, Austrália (e também Timor – onde foi discretamente recolher informações no período conturbado da ocupação indonésia); esteve em El Salvador, onde foi mediador entre o governo e os rebeldes e foi-lhe confiada - no auge do período Zapatero – a nunciatura de Madrid, uma das mais importantes da diplomacia vaticana".

A jornalista realça que o cargo de penitenciário-mor não durará muito, mas é uma forma de conseguir o cardinalato para o arcebispo português: "Considerada a idade que tem (completa 74 anos a 29 de Março), a sua carreira como Penitenciário-Mor não será longa (terá de resignar aos 75 anos) – mas continuará a ter direito de voto num eventual Conclave, pois o limite de idade dos cardeais eleitores é de 80 anos", explica.

[Notícia actualizada às 18h14]