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Eritreia sujeita a sanções por patrocinar terrorismo islâmico

06 dez, 2011

Regime de Asmara tem dos piores registos de liberdade religiosa do mundo e apoia terroristas islâmicos para atingir a Etiópia.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou esta semana uma resolução que endurece o regime de sanções imposto em 2009 contra a Eritreia devido aos esforços do país para desestabilizar os países da região conhecida como Corno da África mediante o financiamento de grupos terroristas.

A resolução permitirá ao Conselho de Segurança ampliar o número de indivíduos e entidades afectadas pela proibição de viagem e pelo congelamento de bens incluídos já em resoluções anteriores contra a Eritreia.

A ONU exige que a Eritreia “ponha fim a todos os esforços directos ou indirectos destinados a desestabilizar outros Estados”, indica um texto que faz clara referência a sua colaboração com a milícia fundamentalista islâmica Al Shabab, vinculada à rede Al-Qaeda, e que opera principalmente na Somália.

A resolução destaca que o Conselho “condena as violações das resoluções do Conselho de Segurança cometidas pela Eritreia ao emprestar apoio persistente aos grupos armados de oposição, inclusive o Al Shabab, que tenta danificar a paz e a reconciliação na Somália e na região”.

A Eritreia é um dos estados com pior registo ao nível de liberdade religiosa. O Governo de Asmara procura controlar todas as actividades religiosas. O actual patriarca da Igreja Ortodoxa, a maior confissão do país, que tem ligações históricas à Igreja Copta, do Egipto, está detido desde 2007, tendo sido substituído por um Patriarca nomeado pelo Governo, que não é reconhecido pelas restantes igrejas orientais.

Apenas 36% da população é muçulmana, mas o apoio ao terrorismo islâmico na Somália explica-se principalmente como forma de desestabilizar a vizinha Etiópia, com quem a Eritreia travou uma longa guerra de independência.