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Bispos reunidos para "renovar a Igreja em Portugal"

07 nov, 2011 • Filipe d'Avillez

É preciso evitar a tentação de ver a Conferência Episcopal Portuguesa como um “parlamento” da Igreja, avisa o seu presidente, D. José Policarpo.

Bispos reunidos para "renovar a Igreja em Portugal"
Foto: Paula Costa Dias

Um dos pontos da agenda dos bispos portugueses, que estão reunidos em Fátima, é “encontrar caminhos de pastoral para a renovação da Igreja em Portugal”, afirmou hoje D. José Policarpo no discurso de abertura dos trabalhos da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a que preside.

Em relação a medidas concretas a este respeito, o também Patriarca de Lisboa aludiu à remodelação das comissões episcopais, cujo número deverá ser reduzido, e à necessidade de a Igreja estar em sintonia com os planos de nova evangelização do Santo Padre.

D. José Policarpo realçou a ideia de colegialidade que governa a acção da CEP e afirmou a necessidade de os bispos portugueses estarem em comunhão uns com os outros e com a Igreja Universal. Sinal dessa comunhão, afirmou o presidente da CEP, é a Igreja portuguesa colocar-se ao lado do Papa nos esforços de uma nova evangelização.

D. José referiu ainda que a CEP não é um órgão que governa a Igreja e alertou para a necessidade de os próprios bispos evitarem essa tentação.

“A CEP não governa as Igrejas de Portugal, qual parlamento que tivesse a última palavra a dizer. Ela não tem poder, mas a força da comunhão. Por mimetismo em relação à organização democrática da sociedade, há a tendência de nos olharem como um poder central. Isso não pode constituir, para nós, uma tentação. A nossa missão é estarmos em comunhão para pormos as dioceses a que presidimos em comunhão, abertas à comunhão universal da Igreja”, referiu.

Em termos de autoridade, cada diocese do mundo é absolutamente autónoma, respondendo directamente a Roma. As Conferências Episcopais, enquanto entidades formais, foram uma criação do Concílio Vaticano II e têm como objectivo servir de fórum para coordenar trabalhos e esforços, normalmente a nível nacional, ou, onde se justifica, a nível regional.

D. José Policarpo disse ainda que, 50 anos depois da sua realização, o Concílio Vaticano II continua a ser a referência para este modo de trabalhar: “O Concílio Vaticano II continua a ser o ponto de referência seguro para a Igreja encontrar, hoje, os caminhos da fidelidade a Jesus Cristo, à missão que Ele lhe confiou, aos homens nossos irmãos que amou até dar a vida por eles”.