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Crise

Padre Morujão avisa que Fundo Solidário está no limite

04 nov, 2011

Porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa diz ao Governo que, às vezes, é necessário dar passos atrás para fazer o caminho melhor.

Padre Morujão avisa que Fundo Solidário está no limite
Com o agravar da crise, está a chegar ao limite a capacidade do Fundo Solidário criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para ajudar os mais carenciados. A preocupação vai estar em cima da mesa na assembleia plenária do episcopado que começa na próxima segunda-feira, em Fátima.

O padre Manuel Morujão, porta-voz dos bispos diz que há sinais claros de ruptura. "É verdade que há perigo de haver ruptura. Vemos que a Caritas, os centros sociais paroquiais, sentem já a impossibilidade de responder a todos os pedidos e, às vezes, são pedidos urgentes - pessoas que estão em vias de ver a casa a ir para hasta pública, pessoas que não conseguem dar de comer aos filhos", começa por dizer o padre Manuel Morujão.

"Todos temos de ser parte da solução e a Igreja quer estar ao lado dos mais frágeis”, acrescenta o porta-voz da CEP.

O padre Manuel Morujão pede ao Governo "decisões adaptadas à realidade do país", numa referência à intenção anunciada pelo primeiro-ministro de pedir à "troika" um reajustamento da dívida portuguesa.

“Acho que o Governo tem de acompanhar a situação e ter a humildade de rever situações que ele, por si mesmo ou através do diálogo social, vê que não estão adaptadas à realidade. É de louvar o exercício do realismo, mesmo quando é preciso dar passos atrás, porque é retomar o caminho melhor”, considera o porta-voz da CEP.