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Solenidade

Hoje é o dia dos “santos anónimos”

01 nov, 2011

Se hoje a Igreja celebra quem está no céu, amanhã é dia de recordar os que para lá caminham.

É uma solenidade antiga, que já se assinala pelo menos desde o século VIII. Nela os fiéis são chamados a recordar a importância da santidade, sobretudo, neste dia, a de todos os que não foram formalmente canonizados mas que não deixam de ter esse estatuto, como explica o Cónego Armando Duarte.

“Somos convidados a contemplar no céu essa imensa multidão de homens e mulheres que seguiram Jesus aqui na terra e agora já contemplam Deus face a face. É portanto uma manifestação da comunhão dos santos em Cristo. Os santos são sempre para nós um exemplo, quer os conhecidos quer os anónimos, é esta santidade anónima que celebramos na solenidade de Todos os Santos. E a Igreja acredita que eles são poderosos intercessores, e por isso os invocamos neste dia”, explica o pároco da Basílica dos Mártires, no Chiado.

Popularmente a solenidade de Todos os Santos confunde-se por vezes com o dia dos Fiéis defuntos, que se celebra amanhã. Os dois dias estão teologicamente ligados, mas há também razões práticas: “Uma vez que dia 1 é feriado e dia 2 não é as pessoas fazem a visita aos seus defuntos no dia 1. Digamos que no dia 1 nós temos os olhos postos no céu, naqueles que já chegaram à meta e participam da glória de Deus, e no dia 2 manifestamos a comunhão dos santos em Cristo com aqueles que estão quase lá mas ainda estão a purificar-se no purgatório para se apresentarem de rosto sem ruga nem mancha diante de Deus”.

Hoje e amanhã são muitos os que rumam aos cemitérios para recordar os familiares e amigos falecidos. A Igreja concede mesmo uma indulgência plenária a quem o faça, desde que esteja em estado de graça, comungue e reze pelas intenções do Santo Padre.

“Podemos beneficiar nós dessa indulgência plenária, ou então aplicá-la a algum defunto. A morte não destrói os laços que existiam com os nossos amigos e familiares enquanto os tínhamos aqui na terra”, sublinha o cónego Armando Duarte.