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Bispo de Bragança-Miranda teme efeitos da austeridade na região

19 out, 2011

"Medidas [do Governo] penalizam as pessoas, sobretudo aqui no nordeste transmontano, porque a maior parte vive da função pública. Temos pouca iniciativa particular e o impacto dessas medidas entre nós vai ser muito grande", diz D. José Cordeiro.

O bispo de Bragança-Miranda receia o impacto dos cortes nos subsídios de Natal e de férias na função pública e pensionistas. Quem tem emprego na região "está sobretudo ligado ao Estado", recorda D. José Cordeiro.
 
“Creio que o Governo não teria outras alternativas e tinha compromissos assumidos e é uma colaboração que se pede a todos, mas essas medidas, sobretudo aqui no nordeste transmontano, penalizam as pessoas, porque a maior parte das vive da função pública. Temos pouca iniciativa particular e o impacto dessas medidas entre nós vai ser muito grande.”

Para D. José Cordeiro, não basta anunciar medidas de austeridade - os portugueses exigem mais explicações: “Aquilo que me parece que deveria ter sido apresentado mais claramente é as finalidades. Estão a pedir-nos estes esforços e sacrifícios, mas qual é a finalidade? Que as pessoas vissem claramente que isto conduz a uma saída da crise e que não aumentará o défice ou que as dificuldades se acentuem ainda mais, como as pessoas temem”.

São estas as preocupações do bispo de Bragança-Miranda, que recentemente reuniu pela primeira vez o clero diocesano, um encontro de onde saiu a proposta da realização de um sínodo diocesano: “É uma ideia que foi lançada e que eu acolhi como uma surpresa muito agradável e feliz, mas que vai exigir tempo de preparação. Dentro de um ano ou dois, poderemos dizer o modo como a iremos concretizar. Temos que começar pela reorganização da diocese, que a realidade exige, e depois por uma formação sólida do presbitério, dos diáconos e dos leigos”, conta.