Tempo
|

Abusos na Igreja

Bispo americano acusado de encobrir padre pedófilo

17 out, 2011

Depois de ter tomado conhecimento das actividades pedófilas, diocese terá esperado cinco meses antes de informar as autoridades.

Monsenhor Robert Finn tornou-se, na passada sexta-feira, o primeiro bispo americano a ser formalmente acusado de encobrir um padre pedófilo.

Tanto Finn como a sua diocese de Kansas – St. Joseph foram acusados de não ter denunciado imediatamente um sacerdote que tinha sido apanhado na posse de centenas de fotografias de crianças em diversos estados de nudez.

A diocese admite que teve conhecimento do caso em Dezembro do ano passado, mas que só denunciou o padre em Maio de 2011. Afirma ainda que colaborou sempre com as autoridades.

Um padre da diocese terá descrito uma das fotografias, sem a mostrar, a um polícia que faz parte de uma comissão independente de avaliação de casos de abusos sexuais da diocese, que lhe terá respondido que, pela descrição, a imagem poderia eventualmente ser considerada pornográfica, mas que provavelmente não seria.

Em causa neste processo, cuja pena poderá ir até multa de mil dólares e um ano de prisão para o bispo e cinco mil dólares de multa para a diocese, está o hiato temporal entre a tomada de conhecimento da diocese e a altura em que as autoridades foram formalmente informadas, após o qual o sacerdote em causa, padre Ratigan, foi detido e acusado.

Entre estes dois momentos, o padre Ratigan foi enviado para um mosteiro, mas terá conseguido, ainda assim, participar em vários eventos em que estavam presentes menores.

Os críticos de Robert Finn recordam que, há três anos, o bispo chegou a um acordo com vítimas de abusos sexuais da diocese, no qual se comprometeu a informar “imediatamente” às autoridades qualquer padre suspeito de pedofilia.

Tanto o bispo como a diocese afirmam a sua inocência neste caso e prometem lutar contra as acusações.