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Governo israelita quer equiparar terroristas judaicos a palestinianos

03 ago, 2015

Netanyahu garante que o seu governo vai perseguir os assassinos até ao fim e lamenta que as autoridades palestinianas, pelo contrário, tratem os seus criminosos como heróis.

O Governo de Israel vai propor que os suspeitos de terrorismo judeus possam ser tratados da mesma forma que os palestinianos.

Se as propostas forem aceites, as autoridades terão poderes para deter suspeitos durante meses, ou até anos, antes de serem apresentadas acusações formais, tal como já acontece com suspeitos árabes.

O debate foi motivado por dois incidentes na última semana que chocaram a sociedade israelita. Num caso, um grupo extremista de colonos judeus incendiou a casa de uma família palestiniana. O casal conseguiu escapar mas um bebé morreu nas chamas. O outro caso ocorreu durante a “parada gay” de Jerusalém. O judeu ortodoxo atacou os participantes à facada, ferindo várias pessoas, uma das quais morreu esta segunda-feira. O homem em questão já tinha protagonizado um ataque semelhante em 2005, pelo qual acabava de ser libertado da prisão.

As propostas de alteração da legislação no que diz respeito a extremistas judeus foi feita pelo ministro da Defesa, Moshe Yaalon, mas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também veio a público dizer que os responsáveis por estes ataques serão levados à justiça pelas autoridades, afirmando que haverá “tolerância zero” para extremistas judaicos e que Israel está determinada a combater o “ódio, fanatismo e terrorismo, venha de que lado vier”.

Contudo, Netanyahu aproveitou ainda a oportunidade para lançar uma farpa às autoridades palestinianas. “Nós lamentamos e condenamos estes assassinatos. Nós persegui-los-emos até onde for preciso. Mas eles dão o nome de assassinos de crianças às suas praças. Esta distinção não pode ser abafada”.