08 jul, 2015 • Aura Miguel, no Equador
Que ninguém fique de fora, que não haja excluídos da sociedade e que todos se estimem e saibam dialogar. Pode ser este o fio condutor do que o Papa veio dizer ao Equador, que teve o seu ponto alto na cidade de Quito, sobretudo na missa que juntou um milhão e meio de pessoas e no encontro com representantes da sociedade civil.
As palavras de Francisco foram várias vezes interrompidas por aplausos. Foram palavras de apelo à unidade na diversidade, à estima recíproca e ao diálogo – elementos indispensáveis para construir pontes e crescer na gratuidade e solidariedade.
A defesa da família, como célula-base da sociedade e referência fundamental para a harmonia da nação, foi outro tema sublinhado pelo Papa como a defesa da criação e salvaguarda dos bens da terra, a começar pelos abundantes recursos naturais das terras do Equador que devem ser usados a pensar nas gerações futuras.
O drama da emigração, das bolsas de pobreza, do desemprego (sobretudo juvenil) não ficaram de fora das preocupações de Francisco que soube encorajar o povo equatoriano, não só com palavras de esperança, mas sobretudo com a sua permanente atenção e disponibilidade para todos sem excepção, desde os mais poderosos aos simples fiéis que esperaram horas só para o ver e receber a bênção.
A título de exemplo, à porta da Nunciatura, milhares de pessoas estiveram todas as noites para o ver e todas as noites Francisco saiu à rua para umas breves palavras. Nesta terça-feira, como sempre, rezou uma Ave-maria, deu-lhes a bênção e despediu-se dizendo “boa noite e sonhem com os anjinhos”.
A visita à América Latina prossegue esta quarta-feira. Próximo destino: Bolívia.