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Do poncho ao báculo. O Papa está em casa na América Latina

07 jul, 2015 • Aura Miguel, no Equador

Esta terça-feira uma das leituras da missa foi feita na língua quíchua e os paramentos do Papa foram uma homenagem aos ponchos tradicionais dos indígenas.  

Do poncho ao báculo. O Papa está em casa na América Latina
A viagem do Papa Francisco ao Equador, com que dá início a uma visita de dez dias à América Latina, que inclui ainda uma passagem pela Bolívia e pelo Paraguai, já foi marcado por uma série de curiosidades.

Na missa de segunda-feira, em Guyaquil, por exemplo, Francisco apareceu com um báculo de madeira, diferente do habitual, isto depois de na sua viagem à Bósnia o báculo prateado se ter apresentado aparentemente preso com fita adesiva. O báculo é usado pelos bispos para simbolizar o cajado dos pastores.

O director da sala de imprensa da Santa Sé, o padre Federico Lombardi, explicou esta terça-feira aos jornalistas que acompanham a visita que nessa visita a Sarajevo o báculo caiu e partiu-se. Na altura, encontrou-se essa solução, mas para esta viagem à América Latina Francisco tinha optado por trazer um novo.

E que báculo é esse? A sua história diz muito sobre as prioridades e preferências do Papa. Este báculo é esculpido em madeira de oliveira por artesãos cristãos palestinianos e é uma cópia de outro, que lhe foi oferecido por reclusos italianos, mas que posteriormente se perdeu ou foi danificado.

Segundo o padre Lombardi, é natural que Francisco passe a adoptar este báculo como o que usa nas suas viagens fora de Itália.

Já esta terça-feira Francisco compareceu na missa em Quito, capital do Equador, com um paramento fora do comum. Aos jornalistas foi explicado que o paramento tinha a forma e um padrão típico dos ponchos dos indígenas do Equador, o que se tornou ainda mais evidente quando um indígena foi ler a segunda leitura vestido de forma tradicional e na língua quíchua. 

O Papa argentino tem sido recebido muito bem em todos os locais por onde tem passado, sempre com banhos de multidão, e mostrando-se claramente à vontade e "em casa", no "seu" continente. Alguns equatorianos, contudo, estão a aproveitar a presença de um grande contingente de jornalistas para se manifestarem contra o Governo do Presidente Rafael Correa.