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Viagem à Bósnia revela prioridades do Papa

05 jun, 2015 • Aura Miguel, enviada da Renascença à Bósnia e Herzegovina

Em quatro viagens europeias, três foram a países de maioria muçulmana e com situações sociais difíceis. Francisco mostra-se assim próximo das periferias, também no Velho Continente.  

A viagem à Bósnia e Herzegovina é um sinal das prioridades do pontificado de Francisco.

Desde que foi eleito, há mais de dois anos, o Papa conta com apenas quatro viagens dentro da Europa, incluindo a de sábado e sem contar com as viagens dentro de Itália. Destas uma foi às instituições europeias, em Estrasburgo, e não incluiu qualquer momento litúrgico. As outras três foram à Turquia, Albânia e agora à Bósnia.

O que estes três países têm em comum é o facto de serem de maioria muçulmana e de serem palco de situações de crise humanitária: Os refugiados na Turquia, de grande pobreza na Albânia e de divisão social na Bósnia.

Na Bósnia e Herzegovina, que sofreu gravemente com a guerra da ex-Jugoslávia, convivem bósnios muçulmanos, croatas católicos e sérvios ortodoxos. O equilíbrio social nem sempre é fácil de manter em muitos locais subsistem situações de desconfiança mútua.

Esta é a segunda vez que um Papa visita a Bósnia. João Paulo II tentou ir ao país em 1994, durante a guerra, mas na altura considerou-se que era ainda demasiado perigoso. Contudo, o Papa polaco, que chamou a Sarajevo “Jerusalém da Europa”, conseguiu o cumprir esse seu desígnio em 1997, tendo dito que viajava como “peregrino de paz”.

Esse é um termo que se aplica ainda ao Papa Francisco, que antes da sua visita disse que ia à Bósnia precisamente para promover o diálogo, a favor da paz.