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Historiadores de arte pedem ajuda ao Papa para defender a cultura ameaçada

27 mai, 2015

A destruição de símbolos mundiais da cultura leva este grupo a pedir a Francisco que use a sua voz para defender o património da humanidade.

O director do Museu Nacional de Arte Antiga, António Filipe Pimentel, integra uma delegação de 17 historiadores de arte que vão ser recebidos pelo Papa Francisco para entregar um manifesto em defesa da cultura.

A iniciativa surge no âmbito da Conferência Internacional para a Cultura, Arte e Paz. O director do MNAA é um dos 17 historiadores de quatro continentes que vão a Roma.
               
A seu lado, António Filipe Pimentel terá por exemplo, o director do Guggenheim de Bilbao, o do Museu da Acrópole de Atenas e um especialista de arte europeia do Hermitage de São Petersburgo. 

Ao Papa Francisco este grupo entregará um manifesto em defesa da cultura, numa altura em que se assiste à destruição de ícones mundiais do património.

“Penso que esse cenário, que se está a colocar de forma agressiva e súbita aos olhos do Ocidente, e que está a ser propagado de forma teatral, de forma histriónica por toda a parte, tem o objectivo exactamente de destabilizar, precisamente porque se trata de espaços que foram entendidos sempre como territórios sagrados da cultura e das civilizações”, considera António Filipe Pimentel.

“Creio que é isso que está por trás desta organização desta Conferência Internacional para a Cultura, Arte e Paz, que vai entregar o manifesto ao Papa, que é uma voz que se ouve e ressoa no mundo inteiro, e esse acto simbólico pretende ser em Roma”, explica.

António Filipe Pimentel leva também uma motivação pessoal para este encontro. “Em termos pessoais não posso ocultar o sentimento de especial gratificação no sentido em que sou católico e evidentemente encontro aqui um comprazimento muito especial.”

“Mais até”, continua, “do que uma distinção pessoal, é uma distinção para o país, porque são 17 países representados entre quatro continentes. E é evidentemente uma distinção para os museus portugueses, e dentro deles para o Museu de Arte Antiga”, conclui.